terça-feira, 8 de setembro de 2009

Pela quebra imediata da patente do Tamiflu

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por Leonardo Sakamoto

A Roche, fabricante do principal remédio que vem sendo usado contra a gripe suína, o Tamiflu, declarou em uma conferência na Suíça (organizada por ela mesma), que o Brasil tem cinco vezes menos do medicamento em estoque do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Pode até ser verdade. Mas a informação é considerada isenta vindo de uma empresa que tem ganhado bilhões, lucrando horrores com a epidemia?

Seria a mesma coisa que uma empresa de refrigerantes e de salgadinhos reclamar da proibição de venda de produtos megacalóricos em cantinas de escolas ou uma fábrica de cigarros reclamar de proibições impostas ao fumo. Epa, mas isso já acontece! Conflito de interesses? Imagina! É o capitalismo, estúpido!

Para atender a essa necessidade de mais estoque, o governo brasileiro poderia declarar a quebra da patente do Tamiflu por questões humanitárias e partir para a produção própria. Creio que a taxa de retorno do investimento para o desenvolvimento do remédio já foi bem satisfatório para a Roche, o que deve contentar os liberalóides de plantão que defendem a livre iniciativa acima da vida. Essa é uma daquelas brigas boas, pelas quais vale a pena gastar o capital de imagem acumulado internacionalmente.

Além de ser uma ótima pauta para uma próxima conferência na Suíça.

Fonte: Blog do Sakamoto

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