por Paulo Henrique Amorim
Os excelentes repórteres Gilberto Nascimento e Leandro Fortes publicam na Carta Capital que está nas bancas a reportagem “Suprema Incoerência”.
“Ecos da Satiagraha – Gilmar Mendes havia pedido ao Ministério Público uma investigação sobre as relações entre Hugo Chicaroni e funcionários do STF. Logo depois, voltou atrás.”
Para irritação profunda de Gilmar Dantas (*), dizem Nascimento e Fortes, foi uma sentença proferida pelo corajoso Juiz Fausto De Sanctis que estabeleceu a ligação entre Chicaroni e um funcionário do Supremo que Gilmar Dantas (*) contratou.
Chicaroni aparece na Operação Satiagraha para subornar um agente da Polícia Federal.
Foi Chicaroni quem disse que Dantas tinha “facilidades” nas instâncias superiores.
Gilmar deu dois HCs a Dantas no espaço de 48 horas – um record que o Guinness registrará.
O corajoso procurador da República Rodrigo de Grandis, que ajudou a botar Dantas na cadeia por causa dessa tentativa de suborno a um agente federal, foi atrás da investigação que Gilmar tinha pedido.
Afinal, era um pedido do Presidente Supremo do Supremo.
Depois, Gilmar desistiu.
Passou a hostilizar o Ministério Público por fazer uma investigação que ele, Gilmar, tinha pedido.
Esquisito, não, amigo navegante ?
Muito esquisito.
Aparentemente, a partir da reportagem de Nascimento e Fortes, é possível concluir que, quando percebeu que ia dar bolo, que o destino dele se associaria, de novo, ao de Daniel Dantas, Gilmar Dantas (*) caiu fora.
Segundo a excelente reportagem da Carta, Gilmar tem dois problemas com o Ministério Público.
O Ministério Público abriu duas ações de improbidade contra Gilmar.
Uma, porque Gilmar se negou a prestar informações à Justiça sobre servidores da Advocacia Geral da União, que dirigiu no Governo do Farol de Alexandria.
Outra, porque o Ministério Público resolveu investigar contratos sem licitação entre órgãos públicos e o IDP, empresa de Gilmar que vende pós-graduação em Direito, por satélite, sem a presença do professor …
Foram a Carta e Leandro Fortes que denunciaram as relações obscenas entre o Presidente do Supremo e essa empresa privada, o IDP.
E, por isso, Gilmar Dantas (*) entrou na Justiça contra a Carta e Fortes.
Gilmar Dantas (*) pode se debater com a força de um Presidente Supremo do Supremo. (**)
Mas, não adianta.
Sua biografia e a de Daniel Dantas estão unidas como a tampa e a panela.
É bom não esquecer que, quando o MST ocupou as terras griladas de Dantas na Amazônia, Gilmar Dantas (*) ligou para a governadora do Pará, Ana Julia, para tomar satisfações: por que ela ainda não tinha feito a reintegração de posse nas terras griladas de Dantas …
Veja bem, amigo navegante: um juiz do Supremo, seu Supremo Presidente, liga para uma governadora para tomar satisfações sobre o interesse empresarial de um passador de bola condenado por passar bola.
Quem fez essa denúncia na Carta Capital ?
Leandro Fortes.
Não foi à toa que o corajoso Ministro Joaquim Barbosa, quando denunciou que Gilmar Dantas (*) tinha capangas, denunciou também que Gilmar envergonha o Judiciário brasileiro.
Barbosa foi generoso.
(**) Será que Gilmar Dantas (*) tem mesmo esses títulos todos que ele diz que tirou na Alemanha, na língua alemã ? Clique aqui para ler Será ele, como Zé Pedágio, um sem-diploma ?
Fonte: Conversa Afiada::
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