Integrantes da Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT), projeto artístico-pedagógico que se firmou como referência para a formação de atores no Brasil e que se aproxima agora dos seus 20 anos de enraizamento na cidade, denunciam que seu projeto pedagógico está seriamente ameaçado. No dia 8 de setembro, a prefeitura da cidade demitiu, sem justificativas, o coordedenador pedagógico da escola, o ator Edgar Castro.
Redação - Carta Maior
Aprendizes da comunidade da Escola Livre de Teatro de Santo André, apoiados por artistas dos principais grupos do ABC e de São Paulo fizeram um grande movimento na Câmara Municipal de Santo André, nesta quinta-feira, durante a Sessão Plenária. Os aprendizes fizeram uso da Tribuna Livre para defender a Continuidade do Projeto Artístico-Pedagógico Original da Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT)O movimento busca sensibilizar os representantes do Poder Legislativo para que eles sejam interlocutores junto ao Poder Executivo, que vem negando todas as reivindicações da comunidade e descumprindo os prazos de resposta acordados em reunião.
A Escola Livre de Teatro de Santo André (ELT), projeto artístico-pedagógico que se firmou como referência para a formação de atores no Brasil e que se aproxima agora dos seus 20 anos de enraizamento na cidade, está com seu projeto pedagógico seriamente ameaçado.
No dia 8 de setembro de 2009, o coordenador pedagógico da ELT, o ator Edgar Castro – professor da escola há 11 anos e escolhido como coordenador pelo corpo de mestres, foi demitido sem justificativas.
Desde janeiro de 2009 a comunidade da ELT tem se reunido para conhecer o projeto cultural da atual gestão para a cidade de Santo André. No dia 28 de novembro de 2008 organizou um ato público: o Encontro Cultural da Cidade, quando se esperava como convidado principal o então candidato Aidan Ravin (PTB), que acabou sendo eleito prefeito. Ravin não compareceu, mas fez-se representar por assessores e pelo vereador recém eleito Gilberto do Primavera (PTB), que firmou publicamente seu compromisso com a cultura da cidade e com a manutenção do projeto original da ELT.
No entanto designaram para a Escola, como primeira medida, uma nova coordenadora não pertencente ao quadro de mestres e desconhecedora do projeto em curso. Em três de fevereiro de 2009 uma assembléia foi realizada com a presença de toda comunidade ELT, da nova coordenadora - Eliana Gonçalves - e do atual Secretário de Cultura, Edson Salvo Melo, que reiterou a afirmação anterior sobre a continuidade do projeto artístico-pedagógico.
Passados quase nove meses da nova gestão e de contínuas tentativas de diálogo entre a comunidade e a coordenadora Eliana Gonçalves, a comunidade foi surpreendida pela repentina e não justificada demissão do mestre Edgar Castro, feita pelo Diretor de Cultura, Pedro Botaro, no dia 8 de setembro de 2009.
No dia 11 de setembro, mais de trezentos artistas representantes dos principais coletivos de artes cênicas das cidades de Santo André e São Paulo - entre eles as atrizes Maria Alice Vergueiro, Leona Cavalli, Georgete Fadel, o ator Antônio Petrim, a diretora Cibele Forjaz – fizeram uma passeata da Praça Rui Barbosa, sede da Escola, até o Paço Municipal, onde foi entregue uma carta de reivindicações ao Secretário de Cultura do município.
No dia 14 de setembro uma comissão formada por mestres e aprendizes representantes da ELT, esteve com o Secretário de Cultura de Santo André, em reunião sugerida por ele, para obter a resposta sobre o ato realizado na semana anterior. O secretário discutiu cada ponto da carta entregue pelo Coletivo, mas negou as duas principais reivindicações, firmando a decisão de afastar Edgar Castro, tanto de sua função de coordenador quanto de mestre da escola, e de manter Eliana Gonçalves como coordenadora.
A comissão deixou claro que não aceitaria essa decisão - uma ameaça ao projeto pedagógico original, que tem a autogestão e a definição da coordenação pedagógica pela comunidade como principais características. Após três horas e meia de reunião, o Secretário prometeu encaminhar uma carta pública à comunidade nesta quinta-feira promessa não cumprida. Como estratégia de desmobilização o Secretário pediu dois a três dias para responder às reivindicações.
Por fim, no dia 17 de setembro, foi dada a resposta final: negaram todas as reivindicações. Ainda não entregaram nenhum documento oficial respondendo ou justificando nenhuma das atitudes tomadas pela prefeitura.
Dessa forma a comunidade decidiu ir em peso, à Câmara, pedir o apoio dos representantes do Poder Legislativo para a manutenção do projeto artístico-pedagógico original da Escola Livre de Teatro de Santo André, junto ao Poder Executivo do município.
Fonte: Carta Maior
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