o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, autoriza o estupro no Afeganistão!
por Wálter Fanganiello Maierovitch
Nos países civilizados, e entre civilizados, a liberdade sexual é protegida. Estuprar, –que significa constranger mulher à conjunção carnal mediante violência ou ameaça–, é crime tipificado severamente nas lei penais. Garante-se, trocando em miúdos, a liberdade de escolha da parceira e o momento.
Não se aceita no mundo civilizado, –como já sustentou o atual deputado federal Paulo Salim Maluf–, um estuprar no lugar de matar.
O barbarismo “malufiniano” contraria os direitos humanos. No Afeganistão, entre islâmicos xiitas, a esposa não pode se negar a receber o marido para o coito. Seria, numa visão canhestra, um débito conjugal, de um ser humano considerado inferior e submisso para com o esposo.
Nesta semana, o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, afirmou que sancionaria uma lei a permitir que os mulçumanos xiitas (minoria num pais de islâmicos sunitas, com fundamentalistas sunitas chamados de talebans) estuprassem as esposas resistentes. Ou seja, o marido poderia estuprar a esposa que se negasse ao relacionamento sexual. Frisou Karzai que a mulher, entre os xiitas, não pode se recusar às relações sexuais com o marido.
As declarações de Karzai chocaram o mundo Ocidental, os civilizados e às organizações de proteção aos direitos humanos, em especial ao da mulher. Hillary protestou, o mesmo acontecendo com Sarkozy: “é inaceitável”, disseram a secretária de Estado e o presidente francês.
Os protestos, na Europa e EUA, fizeram Karzai, ontem, rever a sua posição. E hoje os jornais europeus noticiaram que, –pressionado pelas lideranças ocidentais–, o presidente afegão interrompeu a publicação da lei que autorizava os estupros conjugais no âmbito da minoria xiita do país.
No momento, Karzai goza da desconfiança do governo Obama. Isto porque a corrupção desviou grande parte da fortuna despejada por W.Bush para conter os talebans no Afeganistão. E os talebans hoje controlam 80% do país. Já estão prontos a retomar Cabul (capital).
Com efeito, não foi difícil avisar Karzai, de olho na reeleição em agosto, que a sua sanção à lei sobre estupro-conjugal não agradava o Ocidente. Karzai até já sabe que americanos e europeus, –com forças no Afeganistão sob a bandeira da OTAN–, querem um primeiro-ministro (chefe de governo) a vigiar a aplicação das verbas futuras e, também, levantar o destino das já encaminhadas e desviadas
PANO RÁPIDO. Como se percebe, a proposta verbal de Paulo Salim Maluf, –mais abrangente do que a quase convertida em lei no Afeganistão–, não emplaca nem no Afeganistão. Acrescente-se: felizmente.
Fonte: Blog Sem Fronteiras - Wálter Fanganiello Maierovitch
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