por Luiz Carlos Azenha
No sábado, dia 13, Uri Avnery publicou o artigo Obama não está para piscadelas, cuja tradução o Viomundo colocou no ar agora à noite. Avnery disse que, neste domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, teria de escolher um dentre três caminhos: ou adotar a via de uma colisão frontal com os EUA; ou promover mudança total na política do seu governo em Israel; ou renunciar. Netanyahu não optou pelos dois últimos.
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por Mohamad Shmaysani, TV Al-Manar, Líbano
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, falou claro. Obama, Israel não é servo dos EUA; Mitchell, seus esforços são inúteis; palestinos, jamais haverá Estado palestino; refugiados palestinos, não voltarão a viver em sua terra.
Em aguardado discurso sobre políticas de Israel para a Região, na Universidade de Bar Ilan, Netanyahu expôs as condições de Israel para a paz na Região
"Sempre lutamos pela paz", Netanyahu começou. "Todos os profetas judeus sempre sonharam com a paz. Saudamos todos com a palavra Shalom, "paz". Em nossas orações rezamos pela paz e todas terminam com a palavra "paz".
Em seguida disse que está de acordo com que se crie um Estado palestino, que será Estado desmilitarizado, de palestinos que reconheçam o caráter sionista do "Estado judeu" – condição que até o presidente Mahmud Abbas, do partido Fatah, já rejeitou, tanto quanto outras facções palestinas.
"Se Israel tiver garantias de que o Estado palestino será desmilitarizado e de que os palestinos reconhecem Israel como Estado do povo judeu, então, sim, chegaremos a uma solução de Dois Estados, com um Estado Palestino desmilitarizado, junto às fronteiras de Israel" – disse Netanyahu.
"Não haverá armas em território palestino, nem controle do espaço aéreo, não haverá importação de armas, não haverá qualquer possibilidade de aliança entre os palestinos e o Iran ou o Hizbóllah." "Para que haja paz, é preciso coragem e honestidade dos dois lados. Os palestinos que digam "Basta de guerra. Reconhecemos que Israel tem direito à existência e, sim, queremos conviver com Israel."
"Infelizmente, nem os palestinos moderados aceitarão essa exigência simples – reconhecer que Israel existe, reconhecer o Estado nacional judeu, reconhecer que essa é a realidade imutável."
"Que os palestinos reconheçam publicamente que Israel é Estado-nação judeu e dos judeus é prerrequisito para a paz na Região" – prosseguiu Netanyahu.
Em seguida, conclamou todos a "iniciar imediatamente conversações com vistas à paz e sem precondições" (?).
"Conclamo nossos vizinhos palestinos e a liderança da Autoridade Palestina: iniciemos imediatamente negociações de paz, sem precondições. Israel é signatário de acordos internacionais e espera que todas as demais nações, partidos e grupos cumpram seus deveres e obrigações."
Não se sabe que 'paz' será possível, entre um Estado super militarizado, potência nuclear, Estado que fez de seus F-15 sua mais perfeita tradução... e uma Palestina sem direitos, sem fronteiras, sem armas e sem (nem) Estado.
Há "amplo consenso internacional" quanto à questão dos refugiados – ou, pelo menos, é o que pensa Netanyahu. Para ele, "esse problema humanitário" tem solução fácil. Mas nenhum descendente de refugiados palestinos será assentado em território de Israel.
Para os palestinos, o discurso de Netanyahu torpedeou quaisquer chances de paz – é notícia da agência AFP, citando Nabil Abu Rudeina, porta-voz de Abbas.
O Hamás respondeu imediatamente ao discurso, através de Fawzi Barhum, também entrevistado pela AFP: "Foi discurso racista e extremista, perfeita imagem do racismo extremista de Netanyahu. Esse discurso afirma a política do governo israelense, de usar os palestinos como escudo humano para proteger a ocupação."
Fonte: Vi o Mundo
O artigo original, em inglês, pode ser lido aqui
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