por Leonardo Sakamoto
O Engenho Amoroso (não é piada, o nome é esse mesmo), em Amaraji, a 150 km de Recife, escondia uma triste situação que perdurava por algumas décadas. Sob condições desumanas, sem registro empregatício e nunca tendo recebido um salário mínimo, 45 pessoas foram libertadas de trabalho análogo à escravidão pelo grupo móvel de fiscalização do governo federal. Alguns viviam nessas condições há 32 anos.
Os administradores (João Gouveia Filho e Jandelson Gouveia da Silva) não forneciam nenhum equipamento de proteção individual (EPI). A fiscalização flagrou empregados aplicando esterco descalços e na chuva. Aqueles que quisessem trabalhar com botas de borracha tinham que comprar por conta própria.
Entre os empregados encontrados no local, 30 prestavam serviços há mais tempo (entre 20 e 32 anos) e moravam com suas famílias, outros 15 estavam há poucas semanas. O pagamento era feito por produção, mas os trabalhadores jamais receberam um salário mínimo mensal. Não havia registros e o único controle de trabalho era feito em uma caderneta, onde constavam a produção diária e o valor semanal a ser pago para cada empregado.
A ação teve início em 13 de maio (dia de celebração da Lei Áurea, essa lei maltratada) e terminou na última quarta-feira (27). Foram lavrados 27 autos de infração e o valor total das verbas rescisórias chegou a R$ 370 mil.
Fonte: Blog do Sakamoto
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