domingo, 12 de abril de 2009

Xeque elogiado por colunista ameaça a imprensa

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por Luiz Carlos Azenha

Eliane Cantanhêde, a colunista da Folha, está apaixonada por Dubai. O xeque Mohammed é mencionado por ela como um democrata. Um democrata que, de acordo com a Human Rights Watch, ameaça a imprensa. Primeiro leiam o que Cantanhêde escreveu sobre o nobre governante de Dubai:

Mais do que as condições naturais, em que jamais poderia competir com o Brasil, pesam as decisões governamentais que tanto faltam no nosso país. De um lado, o xeque Mohammed al Maktoum preserva a identidade e os direitos básicos dos cidadãos; de outro, investe tudo no turismo e corta impostos. Para começo de conversa, Dubai tem a sua própria companhia aérea, a Emirates, privada, com rotas para todos os continentes. Depois, ele atraiu com terrenos e incentivos as grandes redes hoteleiras do mundo, e os hotéis são fantásticos, para todos os gostos e bolsos. O marketing é a alma do negócio. E do país.

O petróleo, hoje, só responde por 3% a 5% do PIB, contra 20% do turismo. O xeque pode ser o símbolo do passado, com seu regime, seus trajes e suas manias, mas é bem mais moderno do que os políticos brasileiros, em muitos sentidos. No Brasil, os políticos querem jatinhos só para eles próprios voarem por aí.

Não é bem o que pensa a Human Rights Watch, entidade de defesa dos direitos humanos que já denunciou o tratamento desumano dado aos trabalhadores "convidados" que ajudam a construir Dubai. Além disso, a HRW também critica uma nova lei dos Emirados Árabes Unidos -- um dos quais é Dubai -- alegando que poderá "restringir a liberdade de expressão e interferir com a capacidade da mídia de noticiar fatos sensíveis".

De acordo com a Dow Jones, as multas começam em 13 mil dólares para as violações menores e podem atingir 260 mil dólares para quem criticar a família real. A HRW vai divulgar um relatório sobre o assunto na semana que vem. Um integrante do governo diz que, na verdade, a lei é de 1980 e está sendo reformada para acabar com as penas de prisão.

A mesma agência de notícias diz que o governo dos emirados contratou a companhia de relações públicas Finsbury, de Londres, do grupo WPP, para lidar com a estratégia de comunicações, diante de uma tendência de notícias "negativas" na mídia por causa das dificuldades econômicas, de escândalos de corrupção corporativa e do tratamento dado aos trabalhadores estrangeiros na construção civil.

Fonte: Vi o Mundo

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