quinta-feira, 16 de abril de 2009

Trivial de Sérgio de Souza

::

por Luis Nassif

Ontem fui palestrar no Hospital Oswaldo Cruz. Um grupo de jornalistas amigos e admiradores do grande Sérgio de Souza está palestrando por lá, toda quarta-feira, em retribuição ao atendimento que o hospital deu ao Sérgio.

Lá conheci a viúva e alguns filhos dele.

A capa da Caras Amigos - sobre minha batalha contra a Veja - foi fundamental para a empreitada. Na verdade, naquele início de guerra, apenas três jornalistas não me consideraram um louco varrido e perceberam até onde poderia chegar. O Mino, em uma entrevista ao jornalzinho da Cásper; o Milton Coelho, em seu artigo para o Comunique-se, e o Sérgio, na capa para a Caros Amigos.

Foi o último trabalho de Sérgio. Contou-me a viúva que ele passou o final de semana revisando a degravação. Na segunda ela e ele deram uma última conferida, antes de mandar para a gráfica. Na quarta, ele caiu de cama para não mais levantar.

Disse-lhe que, alguns meses atrás, saí para almoçar com o Luiz Fernando Mercadante e ele me disse da importância do Sérgio para o estilo de redação da Realidade. Era o dono do melhor texto e o jornalista que copidescava todas as reportagens.

Curiosamente, disse a ela, o Fernando elogiou muito o Roberto Civita daqueles tempos. Ela - que também trabalhou lá - reiterou que Roberto era querido e respeitado por todo. Inacreditável o processo de deterioração que o fez iludir e endossar a degradação da Veja.

Ela me contou do Sérgio agregador, da legião de amigos que juntava em torno de si e levava para onde fosse. O Juca Kfoury, o Trajano, o Miltainho, o povo do Bondinho. Embora fosse amigo de todos, nunca cheguei a fazer parte da turma. Ela me disse que nos anos 80, meu amigo Otávio Costa sugeriu que me convidasse para as feijoadas que dava - ainda hoje, famosas. Para meu azar, o convite não se consumou.
Estou aguardando outro convite, para rever os amigos e eles me falarem mais da personalidade de Sérgio.

Só sei que, depois de dois dias no interior de Goiás, acordei cedo, coloquei notas no Blog, enfrentei três horas e tanto de carro até Goiância, duas horas no aeroporto, uma hora e meia do vôo até São Paulo, uma reunião às cinco, trabalho no carro entre um trajeto e outro. E, quando saí da conversa com ela, estava tão leve como se tivesse passado o dia tocando choro com meus amigos do bar do Alemão.

Fonte: Luis Nassif Online

::


Share/Save/Bookmark

Nenhum comentário: