quarta-feira, 8 de abril de 2009

Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem. ( Mário Quintana)

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Um país de não leitores


Luiz Egypto, editor do Observatório da Imprensa:

- A última grande pesquisa sobre o hábito de leitura no Brasil foi realizada entre novembro e dezembro de 2007, promovida pelo Instituto Pro-Livro, que ouviu 5.012 pessoas em 311 municípios do país. O resultado está no livro “Retratos da Leitura no Brasil” e não são lá muito animadores.

Embora o índice de leitura tenha saltado de 1,8 livro por leitor ao ano, em 2000, para 4,7 livros lidos em 2007, incluindo os didáticos, esses números estão muito aquém dos índices verificados em países que conferem status estratégico às suas políticas públicas de educação.

O Brasil tem 650 editoras ativas, de acordo com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, além de 2.680 livrarias e outros 4 mil pontos de vendas de livros, segundo a Associação Nacional de Livrarias. Junte-se a isso 5.135 bibliotecas públicas, contadas pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas da Fundação Biblioteca Nacional. Parece muito, mas é pouco para um país em que apenas 55% da população têm acesso a livros.

Um movimento importante de estímulo ao livro foi dado no seminário “Formação de Mediadores de Leitura”, realizado em São Paulo, na segunda semana de março, ao qual a mídia pouco prestou atenção. Os documentos conclusivos do seminário serão encaminhados ao ministro Juca Ferreira, da Cultura, como contribuição para a formulação de políticas públicas de leitura. Um dos animadores do encontro, o poeta e jornalista Affonso Romano de Sant´Anna, afirmou: “Pela primeira vez, vi autoridades de vários ministérios dispostas a um projeto conjunto. Por isto, propus que o projeto de leitura se transformasse num projeto interministerial e que seja assunto prioritário da Presidência da República”.

Deus te ouça, poeta. E a mídia também.

Fonte: Observatório da Imprensa

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