por Rodrigo Alvares
Difícil de admitir que chega ao fim uma das semanas mais degradantes da vida política no Brasil desde, hmm, março. Os poderes Judiciário e Legislativo escancararam quão bem representados os brasileiros estão. A surpresa foi o Executivo passar os últimos dias incólume no quesito Demência.
Comecemos pelo gritedo da última quarta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) entre seu presidente, Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa. O primeiro é um grande defensor das liberdades individuais, especialmente a de Daniel Dantas. O segundo, enquadrou a quadrilha do mensalão.
Mas não quero discutir a politicagem dos ministros do STF. Quero deixar registrado o sorriso escrachado, jeca, e as risadas de escárnio de Mendes depois de ouvir “Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste País e vem agora dar lição de moral em mim?”, proferida por Joaquim Barbosa. É a melhor ilustração do que esperar de nossos dotô.
“Meus capangas têm olhos azuis e não moram em Mato Grosso”
Em matéria do Estadão de hoje: “‘Truculento’, ‘estrela’, ‘exibido’, ‘grosseiro’, ‘pop star’ e ‘brucutu’ são alguns dos adjetivos que alguns ministros e integrantes do CNJ usam para se referir a Gilmar Mendes”. Dificil discordar.
A sessão do dia 22 foi reprisada na TV Justiça e o desdém de Mendes às opiniões não apenas de Barbosa, mas a boa parte dos ministros, é gritante. Claro que o replay da briga não foi ao ar.
O pior de tudo é perceber que o comportamento de Gilmar Mendes me lembra o de Severino Cavalcanti (PP/PE) quando presidia a Câmara, o que também não me deixa mais tranquilo.
Quanto ao escândalo da farra das passagens aéreas na Câmara dos Deputados, o mais digno é apenas publicar algumas frases sem identificar os parlamentares que as emitiram. Tenho certeza de que quem votou neles consegue reconhecer seus respectivos estilos discursivos:
“É humilhante para o Deputado saberem para onde vai. Ou se corta isso, ou então se tem coragem de aumentar o salário do Deputado. Não aumentam por falta de coragem. A Mesa precisa rever isso com urgência”
“Ao proibir-se as passagens para os cônjuges, pretende-se que essa seja uma Casa de celibatários”
“Daqui a pouco estarei andando de jegue, morando em uma casa de palafita e mandando mensagem por pombo-correio”
“Não posso mais trazer minha filha para dormir comigo?“
A pauta da semana que vem já está definida e até demorou a aparecer: um esquema de venda de parte da cota de passagens para agências de viagens, que seria feita por funcionários de gabinetes.
Fonte: Nova Corja
::
Nenhum comentário:
Postar um comentário