Por Rodrigo Vianna
Muitos consultores e economistas, que eu conheci nas duas últimas décadas como jornalista, não conseguem dar entrevista sem falar em "sinergia", "novos paradigmas" e "fazer a lição de casa". É um troço pra lá de enjoativo. Um jargão quase insuportável.
Outros têm aquela mania de botar umas palavras em inglês no meio das frases pra dar mais credibilidade.
O FHC eu sei que tem algumas manias estranhas, como esconder filho na Espanha e privatizar estatal por valor baixinho. Mas, não sabia que o ex-presidente também gosta de falar assim, "in english".
Na "Folha" desta terça-feira (cancelei a assinatura, mas os caras insistem em mandar pra minha casa), há um texto engraçado sobre o líder tucano. Ele participou de um seminário da "Brookings Institution", nos "States", e depois deu uma entrevista.
Primeiro, FHC tentou minimizar a frase de Obama sobre Lula ("é o político mais popular da Terra"). FHC disse: "não sei se corresponde aos fatos". He, he... Coitado do FHC.
Mas, o mais engraçado estava no fim do texto, e só agora à noite eu li: FHC saiu falando (com repórteres brasileiros) num português estranho, cheio de palavras em inglês.
Disse que botar Aécio como vice de Serra não seria "fair" com o governador de Minas. "Fair" assim mesmo, no meio de uma frase em português.
Depois, disse que Lula estaria antecipando o debate sucessório: "resolveu forçar o schedule".
Isso mesmo: calendário pros tucanos é "schedule".
Não me espanta: queriam transformar Petrobrás em Petrobrax.
Gostaria de ver o FHC falando em "schedule" pro povo no Largo Treze em São Paulo, ou na Baixa do Sapateiro em Salvador. Que colosso, que sucesso de público!
Fonte: O Escrevinhador - Blog do Rodrigo Vianna
::
Nenhum comentário:
Postar um comentário