OPERAÇÃO SATIAGRAHA
Luxemburgo é o terceiro país a bloquear bens de Dantas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça do principado de Luxemburgo confirmou o bloqueio de valores atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, naquele país. O banqueiro é investigado na Operação Satiagraha, que apura supostos crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O montante é mantido em sigilo. Luxemburgo, conhecido paraíso fiscal rodeado por Alemanha, França e Bélgica, foi o terceiro país a confirmar o bloqueio de contas atribuídas a Dantas ou ao Opportunity no exterior. Os Estados Unidos anunciaram o congelamento de cerca de US$ 400 milhões. O Reino Unido, por sua vez, bloqueou outros US$ 46 milhões.
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal, que dizem ter reunido provas sobre a suposta ilegalidade dessas transferências internacionais, querem saber a origem e a rota do dinheiro.
O advogado de Dantas, Andrei Zenkner Schmidt, disse não ter sido informado sobre bloqueio em Luxemburgo e lamentou o vazamento de dados. A defesa do grupo não foi localizada.
por Paulo Henrique AmorimQuando presidente, o Farol de Alexandria não deixou a Polícia Federal apurar a denúncia de que Sérgio Mota havia aberto uma conta para ele, Fernando Henrique, José Serra e Mário Covas, em Luxemburgo.O administrador dessa conta seria Ricardo Sergio de Oliveira, aquele que tornou inesquecível o processo de privatização dos telefones, ao dizer para um ministro de Fernando Henrique que estava no limite da irresponsabilidade; que, se desse m…, estariam todos juntos; e onde Fernando Henrique aparece no telefone a participar da operação de venda das empresas estatais, como se fosse um corretor yuppie. Fernando Henrique tinha até um codinome na patranha: “Bomba Atômica”. Foi esse o momento Péricles de Atenas do Governo Fernando Henrique. O excelente livro de Leandro Fortes, “Cayman, o dossiê do medo” (Editora Record), mostra como Fernando Henrique conduziu a investigação para os pilantras que queriam ganhar uma grana com um suposto “dossiê” e afastou a Polícia Federal (o delegado Paulo Tarso Teixeira **) do centro da questão: a lavagem de dinheiro tucano. A última reunião do G20 decidiu abrir as contas secretas dos paraísos fiscais. Luxemburgo é alvo número um. Luxemburgo está no centro da Europa. Tem a leis de sigilo bancário mais sofisticadas. Não é à toa que Daniel Dantas (o “brilhante”, segundo Fernando Henrique), lavava dinheiro lá. Falta alguém em Luxemburgo. |
(*)Já estava na hora de a Folha tirar os cães de guarda do armário e confessar que foi “Cão de Guarda” do regime militar. Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.
(**) Paulo Tarso Teixeira vai reaparecer de forma edificante no dia da prisão de Naji Nahas, Celso Pitta e Daniel Dantas, quando tentou aos berros e com palavras de baixo calão impedir o ínclito delegado Protógenes Queiroz de cumprir uma decisão judicial: prender os três.
Em tempo: Fujimori foi condenado. A Justiça comprovou que Menem levava grana da Siemens. Salinas refugiou-se na Irlanda. Os presidentes do Consenso de Washington, os privatizadores, já foram mais felizes…
Fonte: Conversa Afiada::
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