segunda-feira, 8 de junho de 2009

Suprema deficiência

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E o Supremo Deficiente continua a rir. De quê será?



por Leandro Fortes


As estudantes de jornalismo Sacha Brasil e Maria Scodeler, da Universidade de Brasília, fizeram uma tocaia de quase um mês e flagraram os carros oficiais do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, estacionados, várias vezes, nas vagas destinadas a deficientes físicos da UnB. Mendes dá aula de Direito Constitucional na Faculdade de Estudos Sociais Aplicados às segundas e quartas-feiras, das 10 horas às 11h50. Para tal, além do carro oficial com motorista que o conduz, se faz seguir por um outro, com seguranças. São dois Ômegas pretos, de última geração, um luxuoso comboio para que, enfim, o ministro saia às ruas.

De acordo com a matéria do Campus, jornal laboratório da UnB, o desrespeito perpetrado pelos carros de Gilmar Mendes é recorrente. As repórteres que assinam a matéria procuraram a assessoria de imprensa do STF que, primeiro, respondeu informalmente não haver problema algum na infração, haja vista os motoristas ficarem dentro dos carros. Logo, imaginou algum gênio da assessoria, bastaria aos deficientes (inclusive cadeirantes) arranjar um jeito de avisar os caras para saírem da vaga. Isso, é claro, se eles não estiverem em sono profundo ou em animada conversa, enquanto esperam o patrão. Logo depois, veio a resposta oficial: Gilmar Mendes, indignado com a delinqüência de seus motoristas de comboio, mandou abrir um inquérito administrativo. Tanto tempo indo e voltando nos Ômegas do Supremo, nunca tinha reparado o atrevimento dos choferes.

Então, eu pergunto: é legal usar carro oficial do STF, durante horário de expediente, para levar ministros para darem aula? Todos os ministros do Supremo podem e fazem isso? E para quê um carro cheio de seguranças? Do que tem medo Gilmar Mendes?

Minha sugestão às formidáveis repórteres do Campus: acompanhem de perto esse inquérito administrativo, peçam acesso aos depoimentos dos motoristas, exijam saber o resultado. No mínimo, vocês vão se divertir um bocado.

No link ao lado, a íntegra da matéria: http://issuu.com/fac.unb/docs/335


Fonte: Brasilia, eu vi

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