segunda-feira, 8 de junho de 2009

A ineficácia das guerras de exaustão

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por Luis Nassif

Nas guerras, existe a tática - por parte de quem tem o predomínio das armas - do bombardeio incessante, tipo arrasa-quarteirão. Mas a vitória final é determinada apenas pela infantaria, no mano-a-mano.

Na mídia, essa tática de tentar sufocar o inimigo com toneladas de denúncias, misturando denúncias consistentes, irrelevâncias e falsidades - apenas para conferir “volume” à campanha - se esgotou há tempos. Veja praticou incessantemente nos últimos anos, na série de capas contra Lula e contra Renan.

É uma fórmula que se desgasta por várias razões. Primeiro, porque cansa o leitor. Segundo, porque banaliza a denúncia. Denúncias irrelevantes - ou furadas - não servem de reforço às grandes bombas. Pelo contrário, enfraquecem-nas. Entram todas no mesmo balaio da má vontade, da preguiça de apurar. É o caso da Folha com o Movimento Brasil Competitivo (MBC). E, agora, do Globo com essa “denúncia” sobre o biodiesel da mamona.

Trata o programa como se fosse um álibi para repassar dinheiro para aliados políticos. Diz que o uso da mamona foi condenado pela Agencia Nacional de Petróleo (ANP). Mentira! E digo isso porque na época em que a ANP se manifestou sobre o tema houve uma discussão e vários esclarecimentos. O óleo de mamona é mais viscoso que os demais. Isso é virtude, não defeito. Para se beneficiar do excesso de viscosidade, há que se determinar a porcentagem correta de mistura.

Não apenas isso. Há dúvidas, sim, sobre a viabilidade da mamona como combustível do biodiesel, devido a usos mais sofisticados e a um mercado mais atraente, como lubrificante de jatos. Mas é uma aposta legítima de inclusão social, de redução das tensões no campo, de redução da própria politização dos conflitos agrários. Há envolvimento da Embrapa, com suas pesquisas, do Banco do Brasil, com sua área social, agregada ao PRONAF (Programa de Financiamento da Agricultura Familiar). Há experiências de lavoura combinada com a produção de mamona.

Primeira empresa a tentar esse mercado, a Brasil Ecodiesel dizia que a grande dificuldade, no nordeste, era a ausência da cultura do associativismo - presente no sul. E a grande esperança era contar com organizações como a Contag para incutir essa característica na região.

E o pior é ver senadores do nordeste, familiarizados com os problemas da região, entrando nessa bobagem do Globo. Mais uma vez o PSDB vai a reboque desses radicais queimando a imagem que tinha, de não se deixar enredar por passionalismos e dogmas.

Clique aqui para a matéria do Globo e a resposta do Blog da Petrobras.

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Fonte: Luis Nassif Online

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