sexta-feira, 17 de abril de 2009

A vanguarda do atraso

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Quase oito anos depois de denunciado por CartaCapital, um furto de cerca de 4 mil e-mails do empresário Luis Roberto Demarco, desafeto de Daniel Dantas, será alvo de um processo penal.

Quase oito anos depois de denunciado por CartaCapital, um furto de cerca de 4 mil correspondências eletrônicas do empresário Luis Roberto Demarco, desafeto do banqueiro Daniel Dantas, finalmente será alvo de um processo penal.

A reportagem Dinheiro e ódio, a ciranda, publicada originalmente em 4 de julho de 2001, na edição 150 de CartaCapital, traz pela primeira vez a informação sobre os cerca de 4 mil e-mails furtados do computador pessoal de Demarco.

O furto, em maio de 2001 foi realizado a um pedido de Maria Regina Yazbek, ex-mulher de Demarco e, à época, ainda legalmente sua mulher, a José Luiz Galego Júnior, diretor de tecnologia de uma empresa controlada pelo empresário. Quem executou o crime foi Denys Rodrigues, técnico de informática, conforme instruções de Galego, que era seu chefe.

Maria Regina, Galego e Rodrigues foram denunciados pela promotora Alexandra Milare Toledo Santos, do Ministério Público do Estado de São Paulo, à 21ª Vara Criminal da Comarca da Capital. No pedido, a promotora justifica o pedido porque “em comum acordo e identidade de desígnios, interceptaram comunicações de informática, sem qualquer autorização judicial e com objetivos não autorizados em lei”.

O teor da denúncia da promotora corrobora o tom da reportagem publicada em 2001, que motivou processo cível contra a revista, movido por Galego, e que deu ganho de causa a CartaCapital. Corrobora também a decisão da justiça das Ilhas Cayman, sede da CVC/Opportunity Equity Partners, que condenou, ainda em 2002, Maria Regina e Galego por roubo de documentos e de e-mails.

No despacho do MP à 21ª Vara Criminal também há referências à motivação por “interesses profissionais” e também pelos “laços de amizade” que Maria Regina mantinha com Dantas para que a invasão ao computador pessoal do ex-marido de Regina fosse realizada. Há indícios concretos do repasse das informações coletadas do computador de Demarco para Dantas e seus asseclas no Opportunity, já que muitas delas apareceram em meio aos documentos apreendidos nas empresas de Dantas durante a Operação Chacal, realizada em 2004 pela Polícia Federal. Ironicamente, DD, em depoimento à CPI dos grampos na quinta-feira 16, disse que nunca realizou ou contratou espionagem contra seus adversários.

A promotora baseia seu pedido de ação penal contra os três acusados em função das provas apreendidas em maio de 2001 por policiais federais na empresa Miracula, empreendimento em que Demarco e Galego eram sócios. Entre elas, “xerocópias de e-mails enviados e/ou recebidos por Luiz Roberto Demarco” e “um telefone celular onde após periciado, restou comprovado o envio da mensagem de texto em que Denys informa a José Galego a combinação da senha pessoal da vítima”, código esse que permitiu a invasão do computador empresário.

Fonte: Carta Capital

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