quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sistema bancário brasileiro é escandaloso

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Vinte bancos concentram 90% dos ativos bancários no País

A estratégia adotada pelos bancos privados brasileiros, de concentrar o reduzido crédito nas regiões mais ricas do país, e a diminuição do número de bancos no mercado brasileiro têm ampliado os efeitos negativos da crise. A avaliação é do presidente do Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, que participou ontem de uma audiência na comissão especial que discute a crise financeira, na Câmara dos Deputados.

“A tendência deles em favorecer o crédito nas regiões Sul e Sudeste nos mostra que a crise afeta de forma diferenciada as regiões do país, fazendo com que as mais pobres acabem perdendo a fatia de participação que tinham no acesso ao crédito” disse Pochmann à Agência Brasil, ao final da reunião.

O presidente do Ipea disse que em 1997 o Sudeste concentrava 59% dos créditos. Atualmente este número subiu para 70%. “Já o Nordeste caiu de 13% para 6%, e a Centro-Oeste, de 12% para 8,5%”.

Pochmann afirmou que o país tem condições para melhor aplicar, do ponto de vista geográfico, o crédito, “Uma melhor distribuição contribuiria para evitar o agravamento da crise nas regiões de menor capacidade reativa”, avaliou.

Outra tendência observada pelo Ipea, a de redução do número de bancos , também foi comentada pelo presidente do órgão, como prejudicial para o combate à crise. Segundo Pochmann, tal redução começou a ficar mais acentuada a partir dos anos 90, quando houve maior abertura do mercado. Se a expectativa, na época, era a de aumentar a concorrência, o tiro acabou saindo pela culatra.

“Em 1996 havia 230 bancos no país. O número reduziu para 156 em 2007 [nos EUA, existem ao redor de 8 mil bancos]. Também caiu a proporção de agências em relação à população. Aproximadamente 90% dos ativos bancários estão concentrados nas mãos de apenas 20 instituições”, argumentou. “Portanto, ao mesmo tempo que temos concentração bancária e redução de bancos, temos também uma má distribuição do crédito no Brasil”, afirmou.

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Enquanto o poder no Brasil estiver nas mãos do baronato dos banqueiros, do baronato da mídia, e do baronato do concreto não teremos soberania e nem governos soberanos.

O presidente Lula simplesmente se adequou a essa realidade, por isso padece de limitações evidentes para impor um outro modelo possível ao Brasil.

O lulismo de resultados sequer arranha a hegemonia desses setores dominantes, ao contrário, o agronegócio – braço agrofundiário do baronato do Brasil todo ele associado às transnacionais da tríade semente/adubo/agroquímicos – tem se fortalecido cada vez mais nestes últimos seis anos.

Fonte: Diário Gauche

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