quinta-feira, 2 de abril de 2009

Luciana, Fábio Luís, Lula e FHC

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por Leonardo Sakamoto

Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique, recebe salário de funcionária do gabinete do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), mas trabalha de casa, em São Paulo. Tasso Jereissati, senador pelo PSDB-CE, alugava um jatinho com dinheiro das verbas exclusivas para compra de passagens aéreas, apesar dele já possuir um jatinho particular. Seja na base do governo ou na oposição, o limiar entre a coisa pública e a privada tem sido tênue, para não dizer inexistente. Até aí, nenhuma novidade.

Uma dúvida me incomoda, mas também não me tira o sono: Luciana ficará mais tempo exposta na mídia que Fabio Luís, filho de Lula, também envolvido em denúncias anos atrás? Tasso ficará mais tempo que o senador Mercadante, envolvido em um embrólio eleitoral em 2006? A saber.

PS: Acabei de criticar o presidente no post anterior, então ninguém me acuse de favorecimento. Não posso deixar de comentar que foi muito interessante, para dizer o mínimo, a cena em que o presidente norte-americano Barack Obama brinca com Lula, dizendo que o brasileiro é o político mais popular da Terra, hoje na reunião do G20 em Londres. Fruto da geopolítica pragmática ou de uma boa interação entre ambos, o comentário deve ter deixado irritado ao menos uma pessoa, que ocupou a cadeira presidencial por aqui até 2002…

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A choradeira doce sobe a rampa

Brasília - Parte do setor sucroalcooleiro tem desfiado um rosário ao Planalto para reclamar das punições sofridas pelo não cumprimento de patamares sociais mínimos nas lavouras de cana. Considera estar sendo vítima de injustiça - no que pese a mídia trazer, diariamente, imagens e histórias que provam o contrário. Também já foram chorar à Petrobras, que tem adotado cortes de comercialização e finalizado acordos com quem redecora alojamentos como senzalas.

Reconforta saber que ainda há servidores públicos que não caem nesse chororô dos barões da cana-de-açúcar (alçados à categoria de “heróis” pelo presidente) e tentam, sob fogo cerrado do poder econômico, manter o cumprimento da lei. E também empresários que não aceitam concorrência desleal baseada na exploração voraz do meio ambiente e do trabalhador e, por isso, rechaçam parceiros.

A pergunta é: quanto tempo esse lado aguenta resistir?

Fonte: Blog do Leonardo Sakamoto

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