Sustentabilidade não existe desatrelada da economia

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Sustentabilidade não existe desatrelada da economia


da revista Sustenta

Jeffrey Sachs, economista norte-americano e professor da Universidade de Columbia (Nova York) defende que sustentabilidade e economia não devem ser tratadas separadamente. Sachs participou de uma conferência há duas semanas em Genebra, na Suíça, onde afirmou que o planeta passa por uma “trajetória totalmente insustentável e profundamente perigosa” e criticou a atual forma de negociações sobre as mudanças climáticas.

"Não podemos mais pôr economia e ecologia em categorias separadas. Elas nunca estiveram em categorias separadas", afirmou. Para ele, a questão deveria ser discutida por engenheiros e cientistas, ao invés de diplomatas. "O problema das mudanças climáticas não é uma negociação de comércio. É simplesmente o problema mais complexo de engenharia, economia e social que a Humanidade jamais enfrentou", expôs.

Na palestra, promovida pela agência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), Sachs também sugeriu que a convenção da ONU para mudanças climáticas, que está a dois meses da possibilidade de criação de uma nova política de combate ao aquecimento global, deveria criar um grupo de técnicos que analisariam opções e custos para ações de curto prazo em cada país. Seu apelo é para que especialistas pensem no desenvolvimento econômico e melhoria das condições de vida, ao mesmo tempo em que se enfrenta os problemas ambientais.

"A questão sobre uma meta nacional ser obrigatória ou não é uma das questões menos interessantes. De que adianta ser obrigatória se você não é capaz de cumpri-la? É bobagem. Deveríamos estar discutindo o que podemos fazer, não o que obrigatório, o que podemos fazer agora, em cinco, dez anos", opinou.

O economista propôs uma nova parceria público-privada para a criação dos grandes sistemas técnicos que sejam necessários. "Podemos alcançar um crescimento econômico com impacto muito menor se pensarmos claramente, sistematicamente, em termos de sistemas, e baseados em objetivos globais." Sachs concluiu dizendo que mais cedo ou mais tarde os cientistas dirão que o mundo será inabitável e que então será tarde para cortar emissões de carbono, porque o atual acúmulo de gases terá efeito de longa duração. "Estamos vivendo apenas a metade daquilo que já provocamos", afirmou.

Veja infográfico do portal estadao.com.br, que mostra números do crescimento econômico aliado à sustentabilidade em diversos países.

Fonte: Revista Sustenta

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