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por Luiz Carlos Azenha
De passagem pelo Rio de Janeiro, encontro o blogueiro Mello, que me diz: a melhor história dos bastidores da TV Globo está sendo escrita por quem viveu aquilo em toda a sua intimidade. Trata-se de Marco Aurélio Mello, ex-editor de Economia do Jornal Nacional, que além de ter um cargo importante na praça mais importante, São Paulo, dava plantões de fechamento do JN no Rio. Marco Aurélio é muito querido de todos, um atestado de seu bom caráter e da qualidade do trabalho que faz.
Em seu blog, Doladodelá, o Marco decidiu contar, em pílulas, todos os detalhes do funcionamento da máquina que ele conheceu e continua conhecendo na intimidade. É a versão global da série de Veja do Luís Nassif. Todo dia tem um capítulo novo. O que segue é o primeiro:
A monarquia pseudo-parlamentarista do Jardim Botânico funciona assim: Existe uma figura soberana, espécie de rainha da Inglaterra, que tem assento no conselho das organizações e conhece a fundo a dinâmica de produção de um telejornal (afinal, é um funcionário de carreira). Seu papel é gerir o negócio do ponto-de-vista operacional. É ela quem, uma vez por mês, toma café da manhã com um grupo de funcionários escolhidos cuidadosamente pelos chefes. Ouve as queixas, faz anotações, promessas, passa a mão na cabeça, tira fotografia e sente o pulso do 'chão de fábrica'. Mas suas verdadeiras fontes não são os operários, são os repórteres e apresentadores. Muitos sabem que, ao contrário do que a plebe imagina, eles não têm grandes salários. A emissora funciona apenas como uma vitrine. A complementação da renda vem dos bicos (consultoria de imagem, treinamento de executivos para falar na televisão e participação - como convidados - em eventos, congressos, feiras e lançamentos). Não são todos os que fazem, mas para fazê-lo é necessário ordens expressas da rainha que, desta forma, controla o ganho da turma do andar de cima. Essa mão altiva e generosa faz com que os funcionários de todos os andares acreditem que, para chegar lá, basta ter mérito, vontade, perseverança e fé. (continua)
Para seguir a novela, clique aqui (e conheça os subterrâneos do Jornalismo da Globo)
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