quarta-feira, 14 de outubro de 2009

As relações carnais entre o varejo e os bancos

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As relações carnais entre o varejo e os bancos

Bancos ganham por todos os lados


por Cristóvão Feil


Os bancos estão despejando bilhões de reais para reforçar parcerias com as redes de varejo, de olho no esperado aumento das vendas de fim de ano. O apetite se reflete em melhores condições de crédito ao consumo. A Casas Bahia está com pagamentos em 17 vezes sem juros no cartão, enquanto Ponto Frio e Extra chegam a 15 vezes. Por trás dessa guerra de prazos estão os dois maiores bancos privados do país, Bradesco e Itaú Unibanco, que sustentam os empréstimos dessas redes. "Temos alguns bilhões disponíveis para a área de cartões de redes de varejo", diz Wagner Aguado, do Bradesco, parceiro da Casas Bahia. Só no acordo com o Wal-Mart, o Itaú Unibanco colocou mais R$ 6 bilhões. A informação está no jornal Valor, de hoje.

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A humilde dona de casa Maria das Dores vai comprar um fogão novo em 17 dolorosas vezes no cartão. A loja garante que não tem acréscimo. E não tem. A partir da compra, não tem acréscimo nem juros, de fato. O acerto do grande varejista (Bahia, Ponto Frio, Magazine Luiza, Big, Carrefour, etc.) já está feito de antemão com o banco, a mercadoria chega à loja com a contabilidade repartida em três: a parte do fabricante, a parte do varejista e a parte do banco.

Maria das Dores vai remunerar cada um deles em 17 longos meses. O banco - o parasita do triângulo acima - ganha a sua parte com risco praticamente zero, não investiu na produção, não investiu no varejo e transforma o consumidor em cativo involuntário de seu business deletério.

Fonte: Diário Gauche

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