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Na guerra pela adaptação aos novos tempos, os jornais impressos estão mudando a sua cara, e também o seu conteúdo, diminuindo as diferenças entre a imprensa diária e as revistas semanais. O jornal Correio da Bahia apresentou esta semana o seu novo visual inspirado pela proposta gráfica do espanhol Innovation, que privilegia a publicação de fotos como o principal atrativo da primeira página. Esta é uma tendência que está ganhando cada vez mais adeptos pelo mundo, como mostram as recentes reformas gráficas nos jornais Chicago Tribune, Sentinel Sun, Baltimore Sun e Rocky Mountains, para citar apenas alguns exemplos.
O redesenho das primeiras páginas alterou desde o logotipo de muitos jornais até o próprio nome, como é o caso do veterano The Sun, que agora passou a se chamar Baltimore Sun. No espaço informativo, as fotografias passaram a ocupar até 50% da primeira página. O Correio da Bahia, que na reforma virou apenas Correio, não deixou por menos: chegou a quase 70% da primeira página, com no caso (acima) da foto de uma família no jardim. A mudança de proposta visual faz com que os jornais tenham uma cara cada vez mais parecida com as revistas semanais, o que cria um dilema editorial tanto para um como para outro veículo. Os jornais terão que vencer as resistências de leitores acostumados ao foco na notícia de atualidade enquanto as revistas passam a brigar pelo mesmo espaço informativo das matérias produzidas sobre temas atemporais. A corrida pela modernização do design dos jornais procura mudar as expectativas do mercado publicitário em torno de uma indústria que enfrenta dias difíceis — por conta das enormes incertezas criadas pela mudança dos hábitos dos leitores e pela internet.
A valorização da imagem em jornais — onde até agora a manchete de primeira página era o principal ponto de venda — ocorre numa conjuntura em que, pelo menos no caso norte-americano, o novo visual está associado a cortes na redação, em especial na reportagem. É que a opção pela fotografia chamativa gera um forte impacto no leitor, mas se não vier acompanhada de uma contextualização no formato texto, pode criar percepções equivocadas. Isto requer redações mais robustas contrastando com a atual tendência de cortar pessoal “até o osso”. |
Fonte: Observatório da Imprensa
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