sábado, 23 de agosto de 2008

A grana de George Soros

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por Márcia Pinheiro

O megainvestidor húngaro, George Soros, presidente do Soros Fund Investment, quebrou literalmente o Banco da Inglaterra, em 1992, ao apostar contra a moeda britânica, na chamada Quarta-feira Negra. Desde então, virou um mito. Na sexta-feira 15, ele informou à SEC (o xerife do mercado de capitais dos Estados Unidos) que havia comprado nada menos do que 811 milhões de dólares em ações da Petrobras. Curioso o movimento, justamente quando há uma enorme confusão sobre o pré-sal e até a possibilidade de o governo criar uma companhia de capital fechado para explorar a área. Ao mesmo tempo, desfez-se de toda a sua participação na Vale no segundo trimestre deste ano.

Contraponto do economista Marcelo Ribeiro, da Pentágono Asset Management: “Gostaria de refrescar a memória de todos de que Soros vendeu sua participação relevante na Vale em julho de 2000. O que aconteceu de lá para cá? O preço da ação se multiplicou várias vezes. Ou seja, seguir as movimentações de Soros nem sempre é uma boa estratégia e pode resultar em grandes prejuízos e/ou perdas de oportunidades de ganho, como quem o acompanhou ao vender Vale em julho de 2000”.

Soros, por certo, deve estar enxergando algo que os investidores minoritários não estão. Petrobras já caiu demais no ano e em algum momento os preços das commodities vão reagir. Mas Vale também caiu. Estranha a estratégia do bilionário. Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Dica econômico-cultural
O economista Ladislau Dowbor, da PUC de São Paulo, acaba de lançar a edição comercial de Democracia Econômica – alternativas de gestão social (editora Vozes, Petrópolis, 2008, 214 páginas). Segundo sua própria definição, trata-se de “uma olhada geral na literatura econômica internacional, que tem surgido fora da corrente dominante (aquela que bate palmas), buscando soluções efetivas para os dois principais dramas que vivemos: a desigualdade e a destruição ambiental. Apesar da diversidade, aparece um denominador comum, que qualificamos aqui de democratização da economia. O texto dialoga com uma síntese extremamente interessante de Celso Furtado, Em Busca de Novo Modelo. Porque em busca de novo modelo estamos todos”. O livro está nas bancas, mas como Dowbor é um adepto do copyleft, também pode ser baixado no site http://www.dowbor.org

Fonte: Carta Capital

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