Quando o ex-governador Cláudio Lembo falou da perversa elite branca paulista, fui um dos primeiros a me associar à reflexão. Considero a elite branca paulista a principal responsável pela tragédia que vivemos. E da qual, diga-se de passagem, estamos começando a sair com as ações ainda tímidas do governo Lula. E que mesmo assim já conseguiram criar uma classe C mais robusta no país.
A elite branca paulista sempre apostou no velho, na lógica escravagista. Nunca apoiou às lutas pela modernização das relações de trabalho, por exemplo, em outros estados. Muito pelo contrário, sempre se associou aos coronéis locais, independentemente de quão sujos fossem os instrumentos de ação desses.
Mas se a elite branca paulista é um nojo, a elite branca boliviana de Santa Cruz é ainda pior. Conheço relativamente bem à Bolívia porque já estive por lá em três diferentes ocasiões e por períodos aproximados de um mês em cada uma delas.
A elite cruzenha trata a população indígena de forma mais agressiva e preconceituosa do que os sulistas da KKK faziam com os negros dos Estados Unidos.
E o governo Evo Morales de alguma maneira é símbolo da libertação desses indígenas do jugo desta elite. O jogo que se joga na Bolívia de hoje é esse, mas a nossa imprensa elitizada prefere fazer de conta que o índio que governa a Bolívia é um tosco.
É impressionante até onde vão os compromissos antidemocráticos dessa turma. Se a gente tivesse uma imprensa democrática ela estaria denunciando as ações golpistas dessa turma de Santa Cruz, mas que nada. A nossa elite branca é sócia da elite branca de Santa Cruz como foi de sócia de outras elites brancas em diferentes momentos de perversidade histórica.
Fonte: Blog do Rovai
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