Presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr
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Escrito por Plínio Arruda Sampaio | |
Ministros da área energética declararam "em off" que Lula pretende excluir a Petrobras da exploração do petróleo recém descoberto na região de Santos. Argumento: a exploração dessas áreas daria à Petrobras uma força muito grande, o que poderia levá-la a contrapor-se ao próprio governo, como aconteceu com sua congênere venezuelana PDVSA. Como a Petrobras tornou-se uma empresa mista, interesses privados passariam a influir indevidamente nas políticas públicas. Solução: Criar uma companhia estatal para contratar a exploração dos novos poços com empresas privadas. A Petrobras não pode explorar esse petróleo porque tem sócios estrangeiros, mas, recebendo um contrato de uma nova estatal, estrangeiros, sem um único sócio brasileiro, podem explorá-lo. Qual a lógica? Nenhuma. Qual seria, pois, a verdadeira lógica de proposta tão absurda? Medo do governo brasileiro de enfrentar a pressão externa para apropriar-se desses recursos. Dourando a pílula com o exemplo norueguês, afirma o senador Aloizio Mercadante em artigo ambíguo na edição da Folha de S. Paulo de 10 de agosto, pág. A3, que o Brasil deve seguir o modelo daquele país: criar um fundo estatal para gerir os rendimentos dos poços de petróleo. Ótimo! Crie-se o fundo (ou empresa estatal, na terminologia dos "altos assessores") e entregue-se a exploração à Petrobras. Isso sim seria o modelo norueguês. Lá, o fundo (ou empresa estatal) gere o patrimônio e a estatal – Petroro – explora o petróleo. O "balão de ensaio" deve ser detonado antes de tornar-se um fato consumado. Plínio Arruda Sampaio é diretor do Correio da Cidadania. Fonte: Correio da Cidadania |
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