quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Laptops sob suspeita

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por Carlos Castilho



Enquanto a imprensa faz um grande barulho com a resistência do governo chinês em eliminar restrições ao uso da internet, nos Estados Unidos, entrou em vigor uma norma que não fica nada a dever em matéria de atropelos aos direitos individuais.

A partir de agora computadores portáteis, pen drives, MP3 e MPEG players, telefones celulares, iPods, discos duros portáteis, CDs, DVDs, fitas cassetes e cartões de memória podem ser capturados nas alfândegas norte-americanas se algum funcionário suspeitar que possam conter dados e informações consideradas ameaçadoras à segurança nacional.

As novas normas baixadas pelo Departamento de Segurança Interna (Departament of Homeland Security) prevêem que equipamento sob suspeita pode ser retido e seu conteúdo pode ser copiado para distribuição entre órgãos governamentais e privados que trabalham com informações consideradas estratégicas.

A medida alcança visitantes estrangeiros e cidadãos norte-americanos regressando a seu país, o que seguramente vai provocar muita preocupação entre os viajantes, principalmente os homens de negócio que usam seus computadores portáteis como um equipamento obrigatório.

Caso algum deles tenha seu computador retido na alfândega todos os seus compromissos corporativos podem ser ameaçados, porque o prazo para devolução pode chegar a 25 dias. Quem faz escalas num aeroporto pode enfrentar uma dor de cabeça ainda maior.

O ponto mais criticado pela imprensa norte-americana nas novas regras é o poder dado aos funcionários da imigração para decidir, por conta própria, como agir baseando-se em avaliações subjetivas do grau de suspeição. Como raramente os funcionários da imigração são desautorizados por seus superiores, eles passaram a ter poderes absolutos em relação ao ingresso de equipamentos eletrônicos com memória.

A paranóia com a segurança nacional ainda continua em alta nos Estados Unidos, passados sete anos dos ataques terroristas contra as torres gêmeas em Nova York. Para evitar problemas, várias empresas estão recomendando a funcionários que não levem laptops ou equipamentos com capacidade de memória ao ingressar em território norte-americano. A opção seria alugar computadores e transferir dados via internet.


A mesma recomendação pode ser dada a jornalistas que não viajam sem o seu laptop.


Fonte: Observatório da Imprensa


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