Coutinho: estratégia do BNDES
é dar fuga a um quadrilheiro
por Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 1371
“O sol é o melhor desinfetante.”
(Autor anônimo)
. Eu, Paulo Henrique Amorim, cidadão brasileiro (carioca), avô do Francisco, entrei no Ministério Público Federal com uma representação para impedir que se concretize a patranha da “BrOi”.
. Clique aqui para ler a minha representação.
. O Procurador de República no Distrito Federal, Paulo José da Rocha Junior pediu explicações ao BNDES e à CVM.
. Sobre o papel da Anatel na patranha, a Procuradoria faz outra investigação.
. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, tem uma agenda muito carregada.
. Clique aqui para ler o encontro histórico que ele teve com Roberto Jefferson.
. Provavelmente por isso, determinou que seu “Chefe do Gabinete” respondesse ao Procurador da República.
. Leia a resposta do “Chefe do Gabinete”:
. Trata-se, na verdade, de uma confissão.
. Senão, vejamos.
1) O “Chefe do Gabinete” diz que o dinheiro NÃO sai do BNDES.
Mentira.
Sai, sim.
Como se sabe, dinheiro não tem carimbo.
O dinheiro sai de “outro” lugar, diz o “Chefe do Gabinete”, de outras aplicações do BNDES.
Por exemplo, de outros investimentos do BNDES em outras empresas.
Mas, esses outros investimentos em outras empresas poderiam ser muito mais produtivos e úteis à economia e ao desenvolvimento.
Poderiam dar um retorno muito mais alto ao BNDES.
OU seja, o BNDES pode PERDER dinheiro ao aplicar na “BrOi”.
E se dá à “BrOi”, sai de outro lugar, dentro do BNDES.
Quem disse que o dinheiro não sai do FAT nem do Tesouro Nacional ?
Como é que a gente pode distinguir uma nota de um real de outra, se fica tudo no mesmo caixa ?
Por que dar dinheiro a dois empresários (?) Carlos Jereissati, que vão deter 78% do mercado brasileiro de telefonia fixa sem botar UM TUSTA do próprio bolso ?
2) Diz o “Chefe do Gabinete” que o objetivo da patranha é dar valor e liquidez ao investimento do BNDES na Oi.
E se o dinheiro – coisa pouca – fosse aplicado em outras coisas ? No pré-sal da Petrobras, por exemplo ?
No material de construção para baratear casas populares ?
Como o BNDES não vai sair da empresa, da nova OI, fortalecida, para que valorizar as ações do BNDES, se ele vai ficar lá dentro ?
A “BrOi”, então é um instrumento para o BNDES fazer uma jogada na Bolsa ?
O BNDES virou banco de investimento e realizou o sonho do Fernando Henrique Cardoso, virar um banquinho de investimento qualquer para fazer umas piruetas na Bolsa, escondidas da CVM ?
Então, caro “Chefe do Gabinete”, cui podest ?
3) Cui podest ?
A valorização das ações não é para beneficiar o BNDES, mas os acionistas que lá estão.
Quem são ?
Carlos Jereissati.
Sergio Andrade.
Daniel Dantas – êpa, esse não é aquele da Satiagraha ? Não foi em cana ?
(Até aí, nenhum deles botou um tusta no negócio das privatizações, desde o Governo Fernando Henrique.
Citibank é outro que vai se beneficiar da “agregação de valor”.
E outros menos votados, como o pessoal que fez a AmBev e disse que era uma empresa brasileira ...
Quer dizer que o dinheiro do povo “valoriza, agrega valor e dá liquidez “ às ações para a rapaziada da privatização embolsar a grana e, quando o Governo Lula acabar, vender para o primeiro Slim que aparecer ?
4) Essa operação de “valorizar e dar liquidez” às ações, como reconhece o “Chefe do Gabinete”, já foi tentada duas vezes.
E DUAS VEZES o mercado disse NÃO !
Sabe por que, “Chefe do Gabinete” ?
Porque as opções que Jereissati, Andrade, Dantas (êpa, esse eu conheço !) e o Citibank ofereceram aos minoritários eram INACEITÁVEIS !
Por isso, as duas ofertas micaram.
E por que não micaram agora ?
Porque o BNDES fez o papel de bobo e aceitou as condições.
5) Uma das condições é pagar “um PRÊMIO” a Daniel Dantas.
Um prêmio que se calcula em US$ 1 bilhão, para resolver “as pendências judiciais” no Brasil e em Nova York.
Coisa pouca: US$ 1 bilhão.
E só o BNDES e o Governo Lula toparam essa condição.
O mercado, que não é bobo, disse NÃO duas vezes !
Dantas (ou seus representantes) chegaram para o Governo Lula e fizeram como o Poderoso Chefão: vou te fazer uma proposta que você não pode recusar.
Ou seja: a patranha da “BrOi” só sai se eu tirar as ações da Justiça, e se vocês molharem a minha mão.
6) O “Chefe do Gabinete” diz que o dinheiro para a operação vai sair do que os empresários (?) Carlos Jereissati e Sergio Andrade levantarem no mercado.
E, não, do BNDES.
Caro amigo leitor, imagine se o BNDES faz uma “reorganização societária” na PHA Comunicação e me dá uma grana pouca – R$ 1 bilhão.
O amigo leitor não acha que eu ia “a mercado” e levantava o que quisesse ?
Dava para comprar a Microsoft, o Google.
Ainda mais se “o mercado” soubesse que o BNDES ia ficar lá dentro da PHA e me salvar sempre que a vaca fosse para o brejo ?
7) Finalmente, o “Chefe do Gabinete” não diz em que plano estratégico, em que política de desenvolvimento se encaixa a patranha da “BrOi”.
Fazer a “BrOi”” para quê, “Chefe do Gabinete” ?
O seu banco não é do “Desenvolvimento” ?
Não tem um “Social” pendurado lá no fim ?
Não foi para isso que o Dr Getúlio e JK pensaram nele ?
Montar a indústria automobilística.
Da construção naval.
Essas coisas ?
Para que serve a “BrOi” ?Para dar “valor “e “liquidez” a empresários que não põem um tusta ?
Para dar fuga a um quadrilheiro ?
Em tempo: quais vão ser os diretores do BNDES que vão dar a mão e assinar essa patranha ?
Fonte: Conversa Afiada
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