Eduardo Galeano
Por Redação Revista Fórum
O escritor Eduardo Galeano aderiu à campanha nacional uruguaia para anular a Lei de Caducidade, que em 1986 deu a anistia a policiais e militares violadores dos direitos humanos durante a ditadura (1973-1985).
A assinatura do intelectual uruguaio aconteceu durante um ato na sede da Central Operária PIT-CNT, uma das defensoras da iniciativa.
Junto a organizações de direitos humanos e grupos de esquerda, a central sindical PIT-CNT coleta há meses assinaturas para convocar um plebiscito que anule a controvertida lei. "Sou esquecido, mas não sou esquecedor", disse Galeano. "O esquecido se esquece por distração e o esquecedor se esquece porque tem interesse em esquecer".
Galeano disse hoje que a anistia aos militares é "uma lei de impunidade" e explicou que estampou sua assinatura "contra o esquecimento que nasce nos interessados em que a história se repita".
"A impunidade gera delinqüentes em todos os níveis", acrescentou o reconhecido escritor, de 67 anos que recentemente foi agraciado com a Cidadania Ilustre da Intendência de Montevidéu e do Mercosul.
O autor de "As Veias Abertas da América Latina" lembrou que em 1989 integrou a comissão que promoveu pela primeira vez a anulação da anistia, posição perdida após o plebiscito de 16 de abril desse ano. "Esta é uma mensagem para o futuro", afirmou por sua vez o secretário de Direitos Humanos do PIT-CNT, Luis Puig.
Puig afirmou que já alcançaram aproximadamente a metade das 254 mil assinaturas necessárias para convocar a um referendo e lembrou que entre os que já assinaram a iniciativa se encontram Jorge Vázquez, secretário da presidência e irmão do presidente Tabaré Vázquez, e diversos prefeitos.
Já o presidente Vázquez se opõe à anulação da lei e no governante Frente Ampla asposições estão divididas, ainda que um plenário nacional dessa força tenha aderido à campanha em abril. A coordenadoria deverá apresentar as assinaturas antes do dia 30 de abril de 2009.
(Com informações de agências)
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Fonte: Revista Fórum
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