Os advogados do “caosaéreo” tinham razão: foi Lula quem não puxou o manete do Airbus.
porPaulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 2097
Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
. Toda vez que um avião tentava pousar à noite, com chuva, no Aeroporto de Congonhas, batia contra o prédio da TAM.
. Por isso, durante 40 anos, houve 1.111.111.111 desastres fatais no Aeroporto de Congonhas.
. O número de mortos é incalculável.
. Isso ocorria, sempre à noite, com chuva, naquela pista fatal.
. Uma vez, em 2007, quando um Airbus da TAM se chocou, pela enésima vez, com um prédio multi-avariado da TAM, na cabeceira da pista, o PiG decidiu que estava na hora de provocar o “caosaéreo” (*) e tentar, mais uma vez derrubar o Presidente Lula.
. Os tucanos, travestidos de urubus, partiram para o ataque.
. O sempre zeloso prefeito Geraldo Kassab, o da “cidade limpa”, fechou um lupanar num quarteirão vizinho.
. O serrista Nelson Jobim vestiu o capacete de bombeiro e desfilou pela cabeceira da pista como Patton na Sicilia.
. O presidente eleito José Serra apresentou 1001 projetos para empreiteiras que o ajudariam a tomar a posse – que lhe é devida – em 2010.
. O mesmo Serra acaba de apresentar seu relatório policial sobre a tragédia da TAM, assunto publicado no Estado de S. Paulo e em diversos outros jornais.
. Os principais culpados são membros do Governo Lula.
. Os advogados do “caosaéreo” tinham razão: foi Lula quem não puxou o manete do Airbus.
. O relatório policial de Serra não incrimina o presidente da TAM, porque “não estava no Brasil”, na hora do acidente”.
. Interessante.
. Como se o presidente da TAM precisasse estar no Brasil para fixar um sistema de escala que sobrecarregasse o pessoal; ou os espaços entre as paradas de manutenção das aeronaves e seus critérios; ou a política deliberada de overbooking.
. O relatório policial de Serra menospreza o fato irrelevante de que os pilotos da TAM – não se sabe por quê, ainda – não pisaram no freio, ou seja, não puxaram o manete do Airbus.
. Simples detalhe.
. Quase desprezível, diante do fato de que todas as noites, com chuva, naquela pista fatal, morriam centenas de milhares de pessoas, em Congonhas.
. Por culpa do Presidente Lula.
. Mesmo quando os pilotos puxavam o freio, os aviões, todas as noites em que chovesse, não conseguiam parar e batiam no prédio da TAM.
. Do primeiro para o segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo, o Presidente Lula e sua candidata Dilma Rousseff – aquela que, sob o codinome de Margaret Thatcher, deu o “OK” à patranha da “BrOi” – receberam José Serra no Palácio.
. Bem feito.
. Agora, o Presidente Lula recebe em retribuição esse relatório que manda o seu Governo para o banco dos réus.
(*) “Caosaéreo” foi como o PiG tratou das tragédias da Gol e da TAM.
O “caos” tinha a finalidade de derrubar um presidente eleito duas vezes. No caso da Gol, o PiG ignorou um detalhe de somenos importância: os pilotos americanos do Legacy desligarem o transponder, o aparelho que permite saber onde está um avião no ar. Coisa pouca, bobagem. A culpa, nesse caso, também, foi do Governo Lula, por causa de um “buraco negro”, onde caem e continuarão a cair todos os aviões que sobrevoarem a Amazônia. No “caosaéreo” da Gol, quem se notabilizou na campanha para derrubar o Presidente Lula foi a “colonista” ** Eliane Catanhêde, que demonstrou especial inclinação por defender os coitadinhos dos pilotos americanos, que, aparentemente, não ligaram o transponder, porque estavam entretidos num videogame. No caso do “caosaéreo” da TAM, merecem destaque Miriam Leitão e Rodrigo Bocardi. Leitão entrava ao vivo na CBN para descrever o “caosaéreo” no aeroporto em que estivesse. Bocardi fez memorável reportagem no Jornal Nacional para demonstrar que uma chuva com a intensidade da espessura de moedinha de um real poderia matar 199 pessoas.
(**) Se refere à “colônia”, dá a idéia de pessoa “colonizada”, submetida ao pensamento hegemônico que se originou na Metrópole e se fortaleceu nos epígonos coloniais. Epígonos esses que, na maioria dos casos, não têm a menor idéia de como a Metrópole funciona, mas a “copiam” como se a ela pertencessem.
Fonte: Conversa Afiada
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