domingo, 23 de novembro de 2008

O povo judeu é uma invenção?

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Shlomo Sand defende idéia de nação desvinculada da origem religiosa

por Glória Paiva

Há 20 semanas, um livro de história supera romances e obras de auto-ajuda, figurando entre os mais vendidos nas livrarias israelenses. Seu autor, Shlomo Sand, não esperava tamanho sucesso e tampouco a tradução de seu trabalho para seis línguas.

"When and how was the Jewish People Invented"? (Como e quando o povo de Israel foi inventado?, ainda sem tradução para o português) trouxe uma brisa de ar fresco aos empoeirados tratados sobre a história de Israel, além de uma boa dose de polêmica.

A obra de Sand reúne evidências arqueológicas, notas geográficas e históricas e os mais diversos registros para embasar sua teoria: de que a história de Israel como a conhecemos é uma invenção do século XIX.

Para Sand, não existe um povo judeu com origens, língua e passado em comum, mas uma profusão, em diferentes épocas e países, de conversões ao judaísmo e migrações proselitistas.

O autor nega a existência dos dois exílios judaicos (no século V a.C. e em 70 d.C.), atestando que os romanos jamais exilaram um povo, e alega que não há provas sobre os reinos de Davi e Salomão.

"O sionismo mudou a idéia de Jerusalém. Antes, os lugares sagrados só serviam para serem adorados, e não para viver neles. Por 2.000 anos, os judeus ficaram longe de Jerusalém não porque os romanos os impediam, mas porque sua religião proibia isso até a vinda do messias.

"Sand também critica a ausência de menções, na historiografia judaica, ao reino dos cazares, povo turcomano que ocupou a atual Rússia entre os séculos VII e X e se converteu massivamente ao judaísmo.

O historiador explica que esta foi a gênese de uma grande população judaica falante de iídiche da Europa central e oriental.

A controvérsia se completa quando Sand atesta que os palestinos da atual Cisjordânia são descendentes diretos dos judeus daquela região, convertidos ao islamismo na ocupação muçulmana.

Clique AQUI para ler a entrevista concedida a Glória Paiva do jornal O Tempo

Fonte: Blog do Bourdoukan

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