sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A hora certa para a denúncia do capitalismo

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Cerca de 80 partidos de diversas partes do mundo participarão, em São Paulo, do 10° Encontro Nacional de Partidos Comunistas e Operários. Esta é a hora certa para fazermos a denúncia viva do capitalismo, unirmos os trabalhadores e darmos visibilidade a alternativas viáveis a um sistema que se deteriora a cada dia.

Com a crise do capitalismo e o evidente fracasso das receitas neoliberais a realização do 10º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, entre os dias 21 e 23 de novembro, em São Paulo, é mais do que oportuna. Será momento propício para que os dirigentes dos cerca de 80 partidos de diversas partes do mundo realizem uma análise crítica e um debate profundo sobre a conjuntura mundial, lançando um olhar especial para a crise.

Será ainda uma forma de proporcionar a integração entre os partidos participantes e deles com a nossa militância e com nosso povo, pois é na unidade dos partidos e das massas que está a chave da vitória do nosso movimento.

Há que se destacar, entretanto, que, num cenário de contradições e incertezas, o desempenho dos partidos comunistas tem sido elogiável, com pronunciamentos condenando a atitude da maioria dos governos conservadores de jogar os efeitos da crise sobre os ombros dos trabalhadores e dos países pobres, bem como a tendência destes governos de intensificar políticas opressivas e espoliadoras contra os interesses dos povos.

Essa denúncia ao capitalismo e à burguesia monopolista, assim como a convocação dos trabalhadores à luta, tem contribuindo de maneira decisiva para uma real mudança nos rumos internacionais. E não há oportunidade melhor para a mudança do que agora. Esta é a hora certa para fazermos a denúncia viva do capitalismo, unirmos os trabalhadores e os povos ao movimento e darmos visibilidade a alternativas viáveis a um sistema que se deteriora a cada dia.

A crise mundial do capitalismo põe a nu as contradições insanáveis deste sistema e os seus limites históricos. A abertura dos mercados, a desregulamentação financeira, as privatizações, a alienação do papel do Estado como indutor do desenvolvimento, a busca desenfreada do lucro máximo, através da superexploração dos trabalhadores, e o saque das riquezas nacionais, enfim, todo esse arcabouço ideológico caiu por terra.

Diante da atual conjuntura, há duas tendências malsãs: uma vinda da burguesia monopolista e outra da social-democracia. A burguesia monopolista e os países imperialistas estão adotando como ‘solução’ para a crise o uso indiscriminado de recursos públicos para salvar bancos e empresas da bancarrota e, para isso, aprovaram pacotes econômicos de gigantescas somas numa operação coordenada visando a salvar o sistema.

Tais operações são apresentadas como algo virtuoso, como se fosse um resgate do Estado como ‘agente do interesse público’. Nada mais falso. O que de fato está em curso é uma ação do capitalismo monopolista estatal, instrumento da oligarquia financeira e do sistema imperialista.

Já a social-democracia, começa a difundir a ilusão de que a ‘regulação’ do mercado e um novo ‘multilateralismo financeiro’ seriam suficientes para debelar a crise.

É nesse quadro de conflitos políticos e sociais que a situação política favorável da América Latina, onde estão em curso importantes mudanças políticas e sociais com a vigência de vários governos de esquerda e centro-esquerda, se apresenta como uma saída.

Diante disso, é imprescindível o papel político, organizativo e social dos partidos comunistas. E o 10º Encontro será uma contribuição nesse sentido, assim como será um chamamento à necessidade de ação entre esses partidos e deles com as amplas forças progressistas e antiimperialistas.

As conclusões do encontro, certamente, são aguardadas tanto pelos que apóiam, quanto pelos que se opõem aos comunistas. O fato é que não se pode ignorar a influência que os partidos comunistas têm.

*José Reinaldo de Carvalho é secretário de Relações Internacionais do PC do B, partido anfitrião do encontro.

Fonte: Agência Carta Maior

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