quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Em defesa de Protógenes

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procurador Roberto Dassié

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por Filipe Coutinho

O procurador Roberto Dassié, responsável pela investigação dos vazamentos na Operação Satiagraha, foi à CPI dos Grampos nesta quarta-feira 19 e defendeu o delegado Protógenes Queiroz. Segundo Dassié, o mandado de busca e apreensão na casa do delegado foi desnecessário. "Fui contra. É requisito para um pedido de busca que existam fundadas suspeitas. A Polícia Federal deveria ter apresentado todas as informações", afirmou.

O procurador disse também que foi a primeira vez, em todos os casos que apurou sobre vazamento, que os federais utilizaram esse tipo de recurso. Sempre sob a alegação do segredo de Justiça, Dassié deu poucos detalhes da investigação. O trabalho do procurador se concentra em três casos: a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a publicação de matéria do jornal Folha de S. Paulo em abril sobre Daniel Dantas, e a presença de equipes da Rede Globo no dia da operação Satiagraha, em julho.

Segundo o procurador, a utilização da matéria da Folha para o habeas corpus impetrado pelo banqueiro Daniel Dantas será investigada. "Essa reportagem é a base do habeas corpus, e a cronologia dos fatos é um fator a ser ponderado" afirmou.

Dassié defendeu, ainda, os procedimentos utilizados por Protógenes Queiroz em relação às escutas telefônicas – crítica corriqueira nas sessões da CPI. "Se houvesse qualquer escuta ilegal na Satiagraha, a defesa de Dantas já teria se manifestado", disse.

Na audiência, sobraram críticas por parte dos deputados à Polícia Federal, tanto em relação a Protógenes, quanto aos investigadores do vazamento. "Os erros se repetem. Parece ser um erro de formação dos agentes, ou de deformação", disse o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). Itagiba, delegado da Polícia Federal de carreira, criticou também os "juízes que querem ser policiais".

A crítica mais dura em relação à investigação dos trabalhos de Protógenes Queiroz veio do deputado Laerte Bessa (PMDB-DF). O deputado chamou o mandado de busca apreensão de "covarde e nojento". Para explicar as motivações do mandado, a CPI convocou o delegado responsável pelo inquérito, Amaro Vieira. Outra perguntava estava em aberto: haverá investigação do vazamento da investigação sobre os vazamentos da Satiagraha? Após pedido de Amaro, o presidente da CPI tornou a sessão fechada.

(Crédito da foto: Gilberto Nascimento/Agência Câmara)

Fonte: Carta Capital

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