segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Eleições EUA - O tamanho da vitória

::

por Luiz Carlos Azenha

Quando se lançou candidato a presidente dos Estados Unidos, no início deste ano, Barack Obama tinha diante de si uma tarefa formidável: superar a favoritíssima Hillary Clinton, senadora experiente, ex-primeira-dama, cujo marido tinha controle da máquina do Partido Democrata.

Obama era um desconhecido mesmo nos Estados Unidos. Tinha em seu favor o poder da oratória, o slogan que falava em "mudança" e a crença de que o eleitorado americano queria um novo tipo de política, para além do divisionismo e das campanhas negativas que sempre favoreceram os republicanos.

O candidato improvável, de origem improvável, chega à véspera da eleição com a perspectiva de obter uma vitória esmagadora, ajudado pela mais grave crise econômica desde a depressão de 1929. Um momento extraordinário em um ano eleitoral extraordinário.

Nas próximas horas os dois candidatos continuarão cruzando os céus em busca de motivar os eleitores. McCain conta com uma reviravolta e precisa de um milagre. Todos os indícios são de que o Partido Democrata obterá uma vitória convincente, conquistando a Casa Branca e aumentando seu controle sobre a Câmara dos Representantes e o Senado.

Até ontem à noite cerca de 30 milhões de eleitores já tinham votado antecipadamente, garantindo que Barack Obama chega ao dia da eleição já com uma vantagem considerável.

A vitória democrata será esmagadora se o partido obtiver 60 vagas no Senado, maioria suficiente para impedir manobras regimentais da oposição para bloquear votações. Democratas dizem que na verdade precisam de 58 votos, já que contam com o apoio de dois senadores independentes.

A média das pesquisas de ontem deu vantagem de 51% a 44% para Obama nos levantamentos nacionais. Pelo cálculo da rede de TV CNN, Obama já garantiu 291 votos no Colégio Eleitoral. Ele precisa de 270 para vencer.

O democrata fez comício no domingo à noite em Ohio ao lado da mulher, das filhas e do cantor Bruce Springsteen.

Não há qualquer chance de vitória para o republicano John McCain se ele não vencer na Pensilvânia, um estado industrial fortemente afetado pela crise econômica. Isso deveria favorecer Obama. Porém, a dúvida persiste: será que os eleitores brancos entrevistados nas pesquisas vão de fato apoiar um candidato negro? A dúvida só será desfeita em 48 horas.

Fonte: Carta Capital

::
Share/Save/Bookmark

Nenhum comentário: