| Pablo Vieira Florentino/Divulgação  Antiga confeitaria em Montevidéu (Uruguai) onde almoça a senhora que não percebeu estar sendo fotografada. Para Florentino, o reflexo no espelho de uma mulher mais moça simboliza a passagem do tempo "cadenciada" na América Latina. Se a foto tivesse nome, diz o autor, seria "Nostalgia" |
De país em país, o fotógrafo Pablo Vieira Florentino se incomodou com a falta de "conectividade" na América Latina e resolveu "provocar". Fez imagens na Bolívia, Peru, Argentina e Uruguai entre 2005 e 2008. Depois as reuniu na exposição "Tan Cercanos, Tan Lejanos" aberta este sábado no Teatro do ICEIA, em Salvador.
Tão perto, tão longe - o nome em português -, os países sul-americanos por vezes parecem mais próximos do mundo rico, diz Florentino. "Todo o sistema se coloca de forma a privilegiar os Estados Unidos e a Europa. Não se facilita o fortalecimento das relações no continente (sul-americano)", critica.
Como exemplo, o fotógrafo, mestre em Ciência da Computação, cita preços de passagens aéreas. Segundo ele, que "andou olhando o valor em companhias", uma viagem à Caracas, capital da Venezuela, custa em torno de 1800 reais. Para Portugal, 2000.
Outro exemplo: na Europa, o Erasmus, programa de intercâmbio para estudantes, facilita o trânsito entre países. Na América Latina não existe nada similar, questiona Florentino que conclui: "é muito mais fácil viajar para Europa e EUA que para a América Latina".
Na América Latina reincide o convívio entre tradições indígenas e européias, relata o fotógrafo. Segundo ele, muitos costumes se preservaram, formando uma cultura inteiramente autêntica em cada país do continente. "A passagem do tempo é diferenciada, tem cadência", diz.
"Tan Cercanos, Tan Lejanos"
Onde: Galeria do ICEIA, Teatro do ICEIA, Rua Thales de Freitas, s/n, Barbalho
De 21 de novembro a 10 de janeiro, 9h às 12h e 13h às 18h (2ª feira a 6ª feira)
Entrada Franca
Fonte: Terra Magazine
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