domingo, 23 de novembro de 2008

Síndrome da Cegueira Sucro-Seletiva

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por Leonardo Sakamoto

Brasília – Um rápido serviço de utilidade pública. Abaixo, os nomes de empregadores que foram flagrados pelo grupo móvel de fiscalização do governo federal com trabalhadores em situação análoga à de escravo neste ano. Entre parênteses, o número de pessoas libertadas. Enquanto você lê este texto, alguma outra deve ter sido incluída na lista, pois as inspeções dessa equipe do governo federal ocorrem em ato contínuo. Mas as 13 a seguir dão um retrato da situação e dos estados em que o problema tem ocorrido.

- Alvorada do Bebedouro S/A - Açúcar e Álcool (33), Guaranésia (MG)
- Central Energética Paraíso S/A (Cepar) (8), São Sebastião do Paraíso (MG)
- Agrovale - Companhia Industrial Vale do Curu (141), Paracuru (CE)
- Nelson Donatel (126), Iguatemi (MS)
- Usinas Itamarati S/A (67), Nova Olímpia (MT)
- Usina Fortaleza Açúcar e Álcool (244), Porteirão (GO)
- Agrisul Agrícola (55), Icém (SP)
- Elcana Goiás Agroenergética (95), Jataí (GO)
- Agro Pecuária Campo Alto S/A (421), Quirinópolis (GO)
- Brenco - Companhia Brasileira de Energia Renovável S.A (17), Campo Alegre (GO)
- Laginha Agro Industrial S.A (52), União dos Palmares (AL)
- Penedo Agroindustrial S.A (203), Penedo (AL)
- Usina Santa Clotilde (401), Rio Largo (AL)

Uma observação: enquanto parte do governo federal atua no combate a esse crime, outra insiste em negá-lo. Isso demonstra que a Esplanada dos Ministérios é vítima da famigerada Síndrome da Cegueira Sucro-Seletiva. Doença cruel, muito cruel, ela ataca qualquer funcionário público que não tenha sido inoculado com um mínimo de bom senso, de conhecimento histórico da exploração do trabalho e ou de capacidade de respeitar os direitos fundamentais. Ou que tenha em seu DNA propensão a defender primeiro o comércio, depois os direitos humanos.

Também acomete representantes de governos estaduais. Atinge, aí, muitas vezes sua forma mais letal.

Fonte: Blog do Sakamoto

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