por Luiz Antônio Magalhães
A revista Veja, cujo anti-lulismo dispensa apresentações, revelou ao país que até o presidente do Supremo Tribunal Federal foi grampeado pelos arapongas da Abin. Como diriam os americanos e os tucanos, "so what?" (talvez a melhor tradução seja "e daí?", mas "so what" é muito mais chique, e tucano é tudo gente chique...). A verdade é que qualquer otário em Brasília sabe que difícil mesmo é achar um telefone que não esteja grampeado na cidade. Há quem diga que até o do presidente Lula tem escutas... A grande questão é saber se os grampos (do presidente do STF e de todos os demais cidadãos) são legais ou ilegais e se foram mesmo realizado pela Abin, como diz a Veja. É fácil dizer que o presidente "perdeu o comando" da Abin, mas muito mais difícil é provar a tese. E se os grampos tiverem sido feitos por arapongas a serviço do banqueiro Daniel Dantas ou de outro pilantra qualquer? Mais uma vez, Veja e os colunistas da ultra-direita se unem para gritar "assim não dá!", "crime de responsabilidade!" e outras bobagens. Que essa gente tenha saudade dos generais de cara amarrada e triste memória, é até natural e faz parte da democracia. A sabedoria popular, porém, sabe distinguir bem o que é armação e o que é realidade. Afinal, se Lula é vítima do grampo, como pode ter culpa na ação dos arapongas, supondo que realmente sejam da Abin. É evidente que, sendo esta a hipótese verdadeira, o presidente deve mandar apurar os fatos. E se os fatos apontarem para algum envolvimento da Abin, deverá tomar medidas para que fatos como este não se repitam. Agora, exigir que ele demita o ministro, o chefe da agência ou quem quer que seja antes da apuração, não passa de bravata de quem quer apenas jogar pó de mico no salão...
Fonte: Blog Entrelinhas
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