quinta-feira, 16 de outubro de 2008

KASSAB CRIADO PELA AVÓ? - A IMPRENSA E A INDIGNAÇÃO SELETIVA!

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por Rodrigo Vianna

A mim, pouco importa que o Kassab seja homossexual, bi-sexual, pansexual, ou apenas um heterosexual com aquele jeitinho de "garoto criado pela avó".

Ninguém me perguntou nada, mas eu preferia que a Marta mantivesse isso longe da campanha. O princípio republicano deveria imperar: assuntos privados só devem ser trazidos à tona quando envolverem o interesse público. Esse deveria ser o norte de qualquer campanha, e de qualquer cobertura jornalística, na minha humilde opinião.

O sujeito tem amante? Problema dele e da mulher. Mas, se a amante ganhar cargo público, ou fizer lobby no governo, aí a notícia ganha relevância.

O sujeito é gay? Problema dele. Mas, se indicar o parceiro ou o amante para funções públicas, aí já há interesse público em jogo.
O Kassab por acaso tem algum parceiro (a) secreto (a) em função pública?
Tem? Então, eu quero saber

(assim como já sabemos que o Favre tem um papel nas articulações políticas, ao lado de Marta...)
Não tem? Então, deixa pra lá.

Isto posto, é ímpossível não enxergar uma hipocrisia sem tamanho nas reações da imprensa, diante da propaganda de Marta.
Ora, a petista - quando prefeita - não foi azucrinada durante meses por causa da separação do Suplicy? Quanta tinta (e quanta fofoca) nos jornais, pra alimentar o preconceito de "mulher que larga o marido". E que "ainda por cima, casa com um argentino!"

Mas, quando é a Marta pode, certo?

E não só a Marta.
A pulada de cerca do Renan ganhou páginas e páginas de jornais e revistas.
Cobertura extensa nas TVs, rádios.
Ninguém se importou com a filha, exposta pra sempre diante de tantas manchetes! E a mãe jornalista (?) ainda tirou lasquinha, dando (!) entrevistas em tudo que é canal (!).
Ah, mas ali havia interesse público em jogo porque era um lobista (ou suposto lobista) de empreiteira quem ajudava a pagar a pensão da menina.
Ah, então a regra é essa?

E o filho do FHC?
Dizem que a mãe era repórter de uma emissora de TV - ou seja, a mãe trabalhava para uma empresa que tem concessão pública.
E a suposta TV do suposto filho parece ter dado uma mãozinha ao suposto presidente, removendo a moça para um cargo longínquo - mas bem pago - na Europa!
Então, por que o filho de FHC nunca recebeu destaque em lugar nenhum?

Na imprensa elitista brasileira, parece valer a regra:
- se o alvo é do circuito Higienópolis/Leblon, então devemos preservar a vida íntima, e poupar nossos "leitores/telespectadores" desse triste espetáculo;
- se for torneiro mecânico, político do Nordeste, mulher, aí pode esculhambar à vontade, porque "é disso que o povo gosta" (como diria um velho narrador de futebol que, aliás, dizem que também.... Deixa pra lá. Isso não é de interesse público).

Então, vamos combinar: não vale botar vida privada em campanha, nem nas impolutas páginas de nossa imprensa, a não ser que haja "interesse público". É isso?
Então, a regra deve valer pra todo mundo, certo?
Duvido!
A Marta também sabe que isso nunca vai acontecer. Por isso, resolveu equilibrar o jogo usando a ferramenta do horário político.

Não concordo com o que ela fez. Acho feio.
Mas, isso vale pouco...

Até agora falei do que eu acho - em tese!

Agora, vou falar do que está rolando - na real!

Em São Paulo, só se fala dessa propaganda da Marta...
Um taxista hoje me perguntou: "não estou entendendo, o Kassab apareceu com uma garotinha no dia do primeiro turno, não era a filha dele?"
Eu esclareci: "não, era a sobrinha"!
E ele: "sobrinha? Xiiii. Já se entregou..."

A turma de cafajestes da padaria hoje também tava meio murcha. A graça sempre foi sacanear a Marta, chamá-la de "vagab..." e tal.
Hoje, foi dia do chapeiro tirar onda: "não sei se o Kassab é casado... Mas, sei que ele é são -paulino", gritava o rapaz (eleitor da Marta e corinthiano)!

Não sei se a Marta vai ganhar votos com a propaganda. Mas, sei que a turma da GW vai ter trabalho pra tirar de pauta esse assunto.

Fonte: Blog do Rodrigo Vianna

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