:: Por Carlos Castilho | |
A batalha campal entre policiais militares e policiais civis em São Paulo, na quinta-feira (16/10), foi tratada pelos principais telejornais do país apenas pelo lado factual. Nem a Bandeirantes e nem a Globo ousaram ir um centímetro além do que todos estavam vendo num episódio que aumentou a sensação de orfandade da população em matéria de segurança pública. Nenhuma das emissoras procurou contextualizar minimamente os fatos para dar aos seus respectivos públicos condições básicas para entender o que aconteceu. Foi um exemplo de jornalismo de observação asséptica, em que o máximo que o telespectador conseguiu foi conhecer a opinião óbvia do governador José Serra ("foi uma ação eleitoreira da CUT") e as explicações enigmáticas de um dos líderes dos grevistas na polícia civil ("fomos atacados injustificadamente"). O tiroteio e a pancadaria, em São Paulo, entre os agentes da lei e da ordem aconteceu na mesma semana em que os telejornais mostraram cenas de guerra no centro do Rio, com policiais militares atirando a esmo no meio da população. Particularmente chocante foi a cena de um PM carioca, cercado por transeuntes, disparar mais de 20 vezes o seu fuzil automático contra um alvo indefinido, supostamente localizado no alto de um morro a centenas de metros de distância. Alternativa criativa Tanto um episódio como o outro, independente de suas motivações e objetivos, mostrou que as forças de segurança deste país se desorientaram na guerra contra o crime organizado e perderam a noção de que seu objetivo é proteger a população. O transeunte passa a ser um estorvo na guerra particular entre policiais e bandidos – na qual, ao que tudo indica, a segurança pública tornou-se um mero pretexto. Numa conjuntura como esta, a imprensa tem a obrigação de ir além daquilo que todos estamos vendo na tela da TV ou nas fotografias. É preciso buscar o contexto dessa crise por que, senão, para que serve a imprensa? A população está perdida no meio desta guerra e o único recurso que ela tem para reverter o quadro é a informação contextualizada. Notícias nós já temos aos montes com todos os flashes informativos, helicópteros, unidades móveis, câmeras ocultas, grampos etc., etc. Falta a informação que nos permita identificar os significados das ações que estamos assistindo para, a partir daí, tirar conclusões e definir ações. Se a imprensa não conseguir cumprir esta missão, muito provavelmente ela será atropelada pelos blogs, porque a criatividade individual acabará encontrando uma alternativa para a busca de informações. Fonte: Observatório da Imprensa :: |
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar sua terceira ação internacional. Ela será concentrada em dois períodos, de 8 a 18 de março e de 7 a 17 de outubro, e contará com mobilizações de diferentes formatos em vários países do mundo. O primeiro período, que marcará o centenário do Dia Internacional das Mulheres, será de marchas. O segundo, de ações simultâneas, com um ponto de encontro em Sud Kivu, na República Democrática do Congo, expressará a solidariedade internacional entre as mulheres, enfatizando seu papel protagonista na solução de conflitos armados e na reconstrução das relações sociais em suas comunidades, em busca da paz.
O tema das mobilizações de 2010 é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e sua plataforma se baseia em quatro campos de atuação sobre os quais a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado. Os pontos são: Bem comum e Serviços Públicos, Paz e desmilitarização, Autonomia econômica e Violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres em nível mundial.
Estão previstas também atividades artísticas e culturais, caravanas, ações em frente a empresas fabricantes de armamentos e edifícios da ONU, manifestações de apoio às ações da MMM em outros países e campanhas de boicote a produtos de transnacionais associadas à exploração das mulheres e à guerra.
No Brasil
A ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil acontecerá entre os dias 8 e 18 de março e será estruturada no formato de uma marcha, que vai percorrer o trajeto entre as cidades de Campinas e São Paulo. Serão 3 mil mulheres, organizadas em delegações de todos os estados em que a MMM está presente, numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.
Serão dez dias de caminhada, em que marcharemos pela manhã e realizaremos atividades de formação durante à tarde. A marcha será o resultado de um grande processo de mobilização dos comitês estaduais da Marcha Mundial das Mulheres, que contribuirá para sua organização e fortalecimento. Pretendemos também estabelecer um processo de diálogo com as mulheres das cidades pelas quais passaremos, promovendo atividades de sensibilização relacionadas à realidade de cada local.
Para participar
A mobilização e organização para a ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil já começou. Entre os dias 15 e 17 de maio, a Marcha realizou um seminário nacional, do qual participaram militantes de 19 estados (AM, AP, AL, BA, CE, DF, GO, MA, MS, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RS e SP), além de mulheres representantes de movimentos parceiros como ANA, ASA, AACC, CONTAG, MOC, MST, CUT, UNE e Movimento das Donas de Casa). Este seminário debateu e definiu as diretrizes da ação de 2010.
Os comitês estaduais da MMM saíram deste encontro com tarefas como arrecadação financeira, seminários e atividades preparatórias de formação e mobilização, na perspectiva de fortalecimento dos próprios comitês e das alianças entre a Marcha Mundial das Mulheres e outros movimentos sociais. Neste momento, estão sendo realizadas plenárias estaduais para a formação das delegações e organização da atividade.
Para participar, entre em contato com a Marcha Mundial das Mulheres em seu estado (no item contatos) ou procure a Secretaria Nacional, no correio eletrônico marchamulheres@sof.org.br ou telefone (11) 3819-3876.
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