sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A guerra entre policiais paulistas

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Por Luciano Martins Costa

Os jornais fizeram uma boa cobertura factual do confronto entre policiais ocorrido na quinta-feira (16/10) perto do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo. Ao longo de todo o episódio, os sites jornalísticos mantiveram os leitores informados sobre detalhes da crise, considerada a mais grave envolvendo as forças policiais do estado. No entanto, as edições de sexta-feira pecam pela falta de informações e análises sobre o que está por trás do conflito.

Ao dar destaque à politização da crise, a imprensa dá uma grande volta no problema e desvia a atenção dos leitores de alguns elementos importantes para entender a questão da segurança pública em São Paulo. Para começar, o Estado de S.Paulo chama de "grupo" a multidão de policiais civis que participava da manifestação. Sob qualquer critério, uma massa de 2.500 pessoas não pode ser chamada de "grupo".

A Folha de S.Paulo passa longe de analisar a estratégia da cúpula da Secretaria Segurança Pública que, segundo o Estadão, teria errado ao misturar policiais civis e militares na tentativa de conter a passeata. Mas, o mais importante: os jornais paulistas continuam ignorando a verdadeira situação da segurança no Estado.

Fora dos jornais

A imprensa de São Paulo usa critérios muito diferentes na abordagem da questão da violência, por exemplo, quando se trata de notícias do Rio de Janeiro.

A greve da polícia paulista, que já completa um mês, expõe alguns problemas que a imprensa vem ignorando há muito tempo.

Eles são discutidos abertamente por integrantes das polícias civil e militar em blogs na internet e mostram que no meio da greve está embutida uma reação de parte da força policial contra aquilo que é chamado de "banda podre" da segurança pública.

Pela leitura desses meios alternativos, por exemplo, fica-se conhecendo o caso de um delegado da capital que foi afastado de suas funções por ter descoberto falsificações nas estatísticas de ocorrências policiais na Secretaria de Segurança, ou o caso de um delegado de Santos que sofreu um processo administrativo e perdeu o cargo depois que denunciou um esquema de corrupção na Baixada Santista.

A imprensa presta um bom serviço ao informar o leitor sobre o agravamento das tensões entre as polícias civil e militar, mas a verdadeira guerra não sai nos jornais: ela se dá entre os policiais honestos e aqueles que se associaram ao crime.

Fonte: Observatório da Imprensa

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Um comentário:

Anônimo disse...

VC FOI MUITO FELIZ EM SUAS PALAVRA S, E EXATAMENTE ISTO QUE ACONTECE NESTE ESTADO, E SEI DISTO PORQUE AQUI MORA E LÁ ESTAVA, NAQUELA FATIDICA BATALHA CAMPAL.
E FALA MAIS COLEGA SE ESTE IMPASSE NÃO FOR RESOLVIDO ATÉ A PROXIMA MANIFESTAÇÃO ALGO DE MUITO VAI ACONTECER, PORQUE OS NERVOS DE TODOS OS POLICIAIS CIVIS ESTÃO A FLOR DA PELE, ACHA QUE SE O SENADOR, CONGRESSO E ASSEMBLEIA CONTINUAREM OMISSOS À COISA VAI FICAR PRETA.
PRESTEM ATENÇÃO NO QUE DIGO COLEGAS.